A vulnerabilidade da água

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Muitas cidades e importantes civilizações surgiram às margens de grandes rios e lagos. Impérios e reinados se expandiram pelos rios e mares e, ainda hoje, a presença ou ausência de água de qualidade determina a ocupação de territórios e o futuro de gerações.

A água irriga as plantas e sacia a sede de animais e pessoas. O corpo humano é constituído em média por 60% de água, que é essencial para a saúde e o bem-estar das pessoas. No entanto, uma fração considerável da população mundial ainda não tem acesso à água de qualidade. Mais de 750 milhões de pessoas em todo o mundo consomem água sem nenhum tipo de tratamento.

A água cobre grande parte da superfície da Terra, no entanto, menos de 3% são de água doce e a maior parte está em geleiras. Apenas 0,65% da água do planeta encontra-se em rios, lagos, lençóis freáticos e aquíferos.

Se observarmos com atenção, veremos que o ciclo da água no nosso planeta é maravilhoso e fundamental para todas as formas de vida. A água circula entre atmosfera, solo e rochas. A água que evapora dos oceanos, rios e lagos ou vem da transpiração das plantas cai como chuva. No solo, uma parte da água corre sobre o terreno, outra infiltra e reaparece nas nascentes ou saturam rochas porosas. A água não se exaure e sempre encontra um caminho. Assim, o seu ciclo continua e não deve ser perturbado. A vida, a água e o clima na Terra caminham juntos.

A diversidade da vida na Terra e o equilíbrio da natureza dependem da água, assim como a sustentabilidade das cidades, das indústrias, da agricultura, do país, do planeta, enfim. Mesmo com a escassez em algumas regiões ou épocas do ano, é bom saber que a água da Terra não vai acabar. Mas, também nos momentos de abundância, precisamos lembrar que para ser útil e potável, a água precisa ser limpa, não contaminada. Sabe-se que os povos Maias, Astecas e Incas provavelmente abandonaram suas cidades em razão da contaminação da água e do solo.

A água, vulnerável em alguns lugares, pode ser contaminada de muitas maneiras e descontaminá-la, se possível for, custa muito. Então, melhor evitar que contaminantes químicos e biológicos cheguem até ela, nosso bem tão precioso.

Por Claudio Spadotto

Membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS)

Gerente geral da Embrapa Gestão Territorial.