Condições são desfavoráveis ao plantio do arroz e milho

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A sexta-feira (13) continuará sendo de chuva sobre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, uma vez que todo o corredor de umidade está direcionando para essa Região do Brasil. As condições ainda se manterão bastante desfavoráveis ao plantio do arroz, na metade sul do Rio Grande do Sul, bem como a colheita do trigo que está sofrendo prejuízos bastante significativos em relação a alta frequência de chuvas nas últimas semanas.

 

Além do trigo ter perdido produtividade por conta do período extremamente seco em julho e associado a geadas ocorridos entre os dias 18 e 19/07, a chuva atinge agora a fase de maturação que pode comprometer a qualidade dos grãos e ocasionando uma maior depreciação do produto.

 

O período de chuva deverá se estender ao longo dos próximos dias, já que o corredor de umidade ainda estará com maior fluxo sobre o Sul do país. Assim, as condições ainda se manterão desfavoráveis tanto para o plantio do arroz, milho e soja. A colheita do trigo e demais culturas de inverno também estão prejudicadas.

 

Na semana que vem, há previsão de que uma nova frente fria venha avançar, novamente, sobre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, provocando chuvas volumosas sobre os estados e com isso, inviabilizando totalmente todas as atividades.

 

No Sudeste e Centro-Oeste, um “bloqueio” atmosférico ainda impede que a frente fria que está sobre o Sul do Brasil neste final de semana avance sobre o interior do país e com isso, organize chuva generalizada sobre todas as regiões produtoras da região central do Brasil. Desse modo, tanto essa sexta-feira quanto os próximos cinco dias ainda serão de chuvas bastante irregulares sobre os estados de São Paulo, metade sul de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia. Não haverá uma ausência total de chuvas sobre esses estados, mas haverá sim, uma grande irregularidade na distribuição e volumes de chuvas no período, como poderá ser observado em todos os mapas de previsão abaixo:

 

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Soja 

O plantio da soja, que já teve início em muitas propriedades da região do cerrado e também do Paraná e do Mato Grosso do Sul, deverão ser paralisadas, já que não há nenhuma previsão de chuvas generalizadas para toda a faixa central do Brasil nos próximos 5 dias. Porém, como não será uma ausência total de chuva, os produtores que receberem alguns volumes poderão dar início ou continuidade ao plantio. O regime de chuvas só deverá se normalizar totalmente sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, na última semana de outubro. Até lá, chuvas continuarão sendo registradas, mas somente na forma de pancadas irregulares.

 

La Ninã 

Tudo isso, está diretamente associado ao forte resfriamento das águas do Oceano Pacífico entre os meses de agosto e setembro, que está fazendo com que o fluxo de umidade fique direcionado ao Sul do país e não a faixa centro-norte. Porém, não há nenhum indicativo de que venha realmente se confirmar uma La Niña.

 

O Instituto Internacional de Climatologia da Universidade de Columbia, EUA, divulgou em seu último relatório no dia 12/10, um aumento no percentual de probabilidade de ocorrência de La Niña, onde indica que há 66% de probabilidade de ocorrência de La Niña para o trimestre Novembro/Dezembro/Janeiro e de 67% para o trimestre Dezembro/Janeiro/Fevereiro.

 

Entretanto, não tenho como discordar que essa “bolha” de água fria na região equatorial do Oceano Pacífico é que está causando o “atraso” na regularização do regime de chuvas na faixa centro-norte do Brasil e causando muitas chuvas no extremo sul do País (RS e SC).

 

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