A escassez e irregularidade das chuvas têm afetado as lavouras de soja e milho no oeste e sul do Mato Grosso. Nos municípios de Campo Novo do Parecis e Diamantino as chuvas estão desuniformes e em pequenas quantidades. Na região do Parecis, de agosto a junho de 2010, período que compreende o ano safra, choveu um volume de 2011 mm, e este ano, de agosto até o momento, só choveu 289mm.
Realidade próxima acontece nos pontos extremos dos municípios de Campos de Júlio e Sapezal, onde até o dia sete de dezembro completou uma semana sem nenhuma gota de água. Em Itiquira, na região Sul, há relatos de produtores que já estão realizando replantio. É o caso de João Carlos Diel, que cultiva 2.500 hectares de soja no município, e já replantou 100, deste total. Em anos anteriores chegamos a ter estiagem, mas este ano o volume de chuvas está bem abaixo do esperado. Iniciei o plantio em outubro, no dia 11, e de lá pra cá não chegou a 250mm de chuva na minha propriedade. Tenho aproximadamente 800 hectares que estão em situação crítica.
Diel ressalta que este período, onde a soja alcança um ciclo de desenvolvimento importante, é fundamental a regularidade das chuvas. As variedades que têm um ciclo de 100 dias, estão mais ou menos na metade do ciclo agora e a seca durante esse período reprodutivo causam reduções no numero de flores ou abortamento de vagens. Os resultados serão a redução no rendimento dos grãos, com queda de produtividade.
As áreas das regiões afetadas estão sendo acompanhadas sistematicamente para saber a situação real e a evolução dos prejuízos. Ainda não há projeções sobre uma possível quebra da safra, mas as próximas duas semanas serão decisivas para o desempenho das lavouras. O plantio de soja em Mato Grosso encerrou na primeira semana de dezembro. O último boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária – Imea informou que no dia 02 de dezembro o estado alcançou 99,8% da área semeada, projetada em 6,78 milhões de hectares.