Com a colheita em andamento, os produtores baianos começam a contabilizar os bons resultados da safra de algodão da Bahia. Com um início irregular, por conta das chuvas escassas, que exigiu até mesmo o replantio em algumas áreas, o destaque para o incremento da produtividade fica por conta da tecnologia e do manejo adequado para a prevenção e combate ao bicudo do algodoeiro.
Referência na área agrícola em todo o Brasil, o Programa Fitossanitário da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) vem garantindo com a campanha Não ao Bicudo, que a Bahia atinja a produtividade média de 300 arrobas/hectare em uma área de 313.556 mil, permitindo a manutenção da produção histórica em torno de 1,5 milhão de toneladas de algodão (caroço e fibra).
Com uma equipe com 14 profissionais que monitoram 18 núcleos regionais, sendo 15 do Oeste e 3 no Sudoeste da Bahia, o Programa Fitossanitário se destaca principalmente pela mobilização permanente por meio dos produtores líderes das áreas agrícolas. Raul Jacobsen, produtor líder do núcleo Ouro Verde e Estrondo, explica que começamos um ano com um cenário complicado, com uma alta infestação de bicudo, e uma expectativa de dificuldade de produção, mas com a união dos produtores, programas de capacitação e adoção de tecnologias pelo programa fitossanitário da Abapa, conseguimos um excelente resultado, reforça.
Foto: Programa fitossanitário – reunião de produtores no campo – Abapa
O trabalho ainda envolve campanhas de conscientização, vistorias constantes às áreas de algodão e de rotação de culturas, tours, reuniões de diagnóstico e análise dos resultados aferidos nas armadilhas instaladas para monitoramento do bicudo. Líder do núcleo da linha Alto Horizonte, o gerente do grupo Ilmo da Cunha, Luciano Bianchini, acredita que as reuniões dos Programa Fitossanitário têm sido fundamentais para levar estas informações dos monitoramentos, mobilizar os produtores a aplicarem na prática as estratégias para combate ao bicudo nas lavouras mantendo o sucesso de toda a cotonicultura do estado.
Apesar dos índices de bicudo alarmantes no início da safra, o consultor agronômico e diretor da Abapa, Celito Breda, reforça o quanto foi importante esse trabalho de monitoramento e de alerta para que os produtores pudessem atuar e virar o jogo, garantindo uma melhor produtividade, qualidade e rentabilidade da fibra baiana.
Com o andamento da colheita, as atenções do programa fitossanitário se voltam para o transporte da fibra com o início da mobilização na orientação aos produtores e empresas de cargas e fretes para o correto acondicionamento, evitando a perda da fibra e a proliferação das tigueras, plantas voluntárias, que podem crescer indiscriminadamente juntamente com o bicudo do algodoeiro às margens das rodovias e estradas vicinais.
Foto: área de colheita do Algodão na Bahia – Abapa
O presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, disse que em um recente levantamento da Embrapa, em todos os estados onde a produção de algodão reduziu ou foi extinta, teve o bicudo como o principal vilão. Para a próxima safra, os produtores precisam continuar alertas para tomar todos os cuidados para que a Bahia se mantenha como o segundo maior produtor de algodão do Brasil, reforça.
O estado contribui com a participação de 25% da safra nacional, sendo considerada a área agrícola com a maior produtividade de algodão não irrigado do mundo.
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