O setor agrícola da olivicultura é muito promissor. A produção de azeite extravirgem se consolidou em alguns estados do país.
O Ibraoliva estima que até 2025 o Brasil atinja 20 mil hectares de oliveiras plantados.
Desde o começo do cultivo de oliveiras, o Rio Grande do Sul passou de 80 hectares em 2005 para aproximadamente 10 mil hectares cultivados em 2021. Nos próximos três anos a tendência é superar os 13 mil hectares.
A pouco mais de 100 quilômetros da Mantiqueira, a grande quantidade de azeitonas também surpreendeu os produtores da chamada Serra Vulcânica, região que compreende 11 municípios de Minas Gerais, entre eles Poços de Caldas, e de São Paulo, como São Sebastião da Grama, onde está localizada a Fazenda Irarema, do produtor e azeitólogo Moacir Carvalho Dias.
Ele afirma que as terras, pouco férteis para culturas como a soja, são excelentes para a olivicultura e os resultados, este ano, são de recordes de produção. Todas as árvores estão rendendo acima de 10 quilos, algumas chegam a 70, e até 100 quilos. Temos produtor que colhe 40 árvores por dia, chegando a 60 caixas de 20kg/dia. Mesmo com o rendimento do fruto abaixo dos 12% ou 13% esperados, por causa do excesso de umidade, estamos todos muito felizes, comemora Dias.
O engenheiro agrônomo Luiz Fernando de Oliveira explica que o rendimento de azeite é menor porque, em ambientes muito úmidos, o fruto absorve a água.
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A azeitona incha, fica maior e mais bonita, mas ela tem mais água do que azeite, pondera o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), um profundo conhecedor da realidade do cultivo em todo o Sudeste.
Segundo Oliveira, apesar do rendimento menor de azeite, a atual safra foi beneficiada pelo inverno intenso de 2021 e os pomares ficaram carregados. Além disso, há novas plantas em idade produtiva, lembra o especialista, que arrisca resultados excelentes para a atual safra, em toda a região. Devemos passar os 50 mil litros de azeite do ano passado e os 80 mil litros do recorde de 2018.
A expectativa é atingir a casa dos 100 mil pela, pela primeira vez. A cada ano, a olivicultura tem que ser igual ou maior, não pode regredir, projeta. no Sudeste, os olivais estão localizados em pequenas propriedades e, devido à topografia, a mecanização ainda é considerada pequena.
A primeira extração capixaba
Movimentação, também, nos outros estados produtores, mesmo os que ainda têm com pouca tradição em olivicultura, como Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná.
No Espírito Santo, a primeira extração de azeite de oliva, realizada no dia 9 de fevereiro, tem significado especial para os cerca de 150 produtores de oliveiras do estado. É um marco histórico porque, no ano passado, os frutos colhidos precisaram ser levados até Minas Gerais para serem processados e envasados. Realizar esse processo aqui é um grande avanço para o setor, avalia o engenheiro agrônomo Fabrício Rezende Salomão, especialista no assunto.
O Azeite Aracê, é oriundo das azeitonas da Fazenda Vale das Oliveiras, no município de Domingos Martins. O cultivo de oliveiras em solo capixaba iniciou há seis anos, o que é considerado recente. A expectativa de colheita, para a safra 2022, é de três toneladas de azeitonas, nos cerca de 550 hectares cultivados.
O maior produtor pode repetir 2021
A colheita está iniciando agora para os cerca de 200 produtores do Rio Grande do Sul, maior produtor do país, com quase sete mil hectares plantados e que concentra cerca de 75% da produção nacional de azeites de oliva extravirgem. A estiagem, que afeta o estado, tem reflexos nos olivais.
Tivemos má distribuição de chuva, isso afetou os pomares de forma desigual. Áreas mais próximas ao litoral, como Barra do Ribeiro e Sentinela do Sul, tiveram poucos problemas com a falta de água. A nossa área, na região Sul, é intermediária e foi atingida em partes. Já mais para o interior, como Santana do Livramento, está bem preocupante. Poderia ter sido pior, mas também poderia ser melhor, detalha Alcyr Cardoso, diretor técnico do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), e produtor, em Piratini, do azeite Olivae.
Apesar do mau tempo no campo, Cardoso espera que a produção gaúcha da safra 2022 se iguale à do ano passado, que ficou em 202 mil litros de azeite. A colheita deve ser beneficiada pelas novas áreas que estão entrando em produção, assim como ocorre na Mantiqueira.
Será uma safra boa, devemos ter aumento no volume final em relação a 2021, mas não é uma super safra. Geralmente se planta aos poucos, por etapas, à medida que as árvores vão ficando mais velhas, têm copas maiores e a tendência é ter mais produção. A olivicultura é um cultivo em constante expansão e ainda vai crescer muito, prevê.
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