A previsão de baixas temperaturas previstas nesta semana está agitando o mercado de hortifruti. Os preços de alguns produtos que já estavam apresentando valores altos podem ficar ainda mais caros para o consumidor.
Frio intenso pode trazer mais impactos no preço dos hortifruti
Na Ceagesp, em São Paulo, o maior entreposto de alimentos do país o preço de alguns produtos já dispararam. As folhosas (alface e rúcula) são as mais sensíveis. Nesta segunda-feira (16), os produtos com tendência desfavorável de compra são: abacaxi pérola, banana maçã, banana prata (MG), coco verde, fruta-do-conde (pinha), kiwi estrangeiro, maçã estrangeira, maçã nacional, manga Tommy Atkins, maracujá azedo, morango, pera estrangeira, uva itália e benitaka, abóboras, abobrinha italiana, beterraba, cenoura, mandioquinha, pimentão amarelo/vermelho, quiabo liso, tomate pizzadoro, vagem macarrão, acelga, agrião, brócolos comum/ninja, couve flor, escarola, espinafre, repolho roxo, rúcula hidropônica, salsa, alho nacional, batata lavada/asterix, cebola nacional e ovo branco/vermelho.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, subiu 1,06 em Abril, sendo que alimentos e bebidas estão no topo da lista do grupo da variação mensal, segundo dados do IBGE.
A variação de preço está associada ao clima e também a valorização de fertilizantes e defensivos, que são negociados em dólar, e ocasionaram redução das áreas de cultivo. Em fevereiro de 2022, excesso de chuva e estiagem prejudicaram a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil. Nos próximos dias, o efeito do frio será mais danoso na cultura de hortifruti, que já acumula alta desde o início do ano e com forte impacto nos índices de inflação para o consumidor.
Foto: Getty Images
Tendência do clima
Para maio, o frio será especialmente intenso no Sudeste e no Centro-Oeste, que poderá ocasionar geada em lugares que não têm este fenômeno todos os anos. Esta semana será uma situação excepcional. Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, São Paulo, Sul de Minas e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba devem registrar geada a partir do meio desta semana.
Temperaturas um pouco abaixo de 0°C são possíveis no Sul de Minas Gerais e entre 0°C e 5°C no interior paulista, no Triângulo/Alto Paranaíba, em Goiás, no Distrito Federal, em Mato Grosso do Sul, além dos estados da Região Sul.
Varias culturas vão sentir o impacto do frio intenso, mas só os anúncios feitos na semana passada da chegada desta onda de frio já foram suficientes para agitar o mercado de café. A Mogiana Paulista, o Cerrado e o Sul de Minas Gerais estão dentro da área de risco de geada. Mas o efeito mais danoso e imediato será sobre as hortaliças, que são muito sensíveis ao frio.
A Grande Curitiba deve ter geada já nesta terça-feira, 17 de maio, e não se descarta alguma geada na região metropolitana de São Paulo. Mesmo que o gelo não se forme efetivamente, o resfriamento muito acentuado já causará algum dano, ou no mínimo vai levar parte (se não toda) da alta de preços que se pode esperar nas feiras livres para a próxima semana.
A Climatempo prevê eventos de geada entre os dias 16 e 20 de maio, para diferentes áreas do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste. Porém, o risco mais elevado de geada em muitas áreas será nos dias 18, 19 e 20 de maio, nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e em áreas de Goiás.
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