Frio pode beneficiar trigo no Paraná

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O ar polar intenso que provocou queda de temperatura no Paraná pode até ser benéfico para o trigo. O assunto é analisado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 13 a 19 de maio.

 

Os técnicos do Deral apontam que, apesar da preocupação que a queda na temperatura traz aos produtores, especialmente em relação à segunda safra de feijão e de milho, ela também pode ter efeitos benéficos. O trigo, por exemplo, está com 46% da área semeada, mas as lavouras ainda não chegaram em estágio crítico para o frio. Pelo contrário, a atual onda favorece a aclimatação e estimula o perfilhamento.

 

Além disso, temperaturas negativas controlam a população de insetos e plantas que poderiam prejudicar o cereal. Nesse caso, a geada pode contribuir para a redução no uso de produtos de combate às pragas, o que se torna importante para os triticultores em um momento em que os custos de produção continuam em patamares elevados.

 

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Foto: Arquivo istock

 

 

Milho

 

No caso da segunda safra de milho, a não formação de geada relevante em regiões produtoras, durante a semana, descarta cenário de perdas neste momento. Com a expectativa de que a temperatura se eleve nos próximos dias, as geadas também ficam descartadas. A maioria das lavouras (55% da área) está em fase de frutificação, com condições boas em 87% delas.

 

Feijão

 

Para o feijão, os primeiros informes são de que as geadas ainda não foram tão fortes a ponto de se registrarem perdas expressivas. Com isso, está mantida a última projeção do Deral de se produzir 605 mil toneladas em 301 mil hectares. A alteração que se percebe, para esta segunda safra, é que o feijão preto ganhou mais espaço em relação ao tipo cores, devido aos preços convidativos do início do ano.

 

Soja

 

O documento do Deral aponta ainda a expectativa de que o Valor Bruto de Produção (VBP) da soja em 2021, que deve ser divulgada dentro de alguns dias, atinja R$ 50 bilhões, o que representaria alta de 70% se comparado com o ano anterior, ainda que a produção seja ligeiramente inferior ao recorde conseguido em 2020, de 20,7 milhões de toneladas.

 

Tomate

 

O boletim também registra a queda no preço do tomate. Na Ceasa de Curitiba, as caixas de 20 quilos tiveram os preços reduzidos em 40% e foram comercializadas, neste mês, por R$ 90. Em abril, o valor estava em R$ 160. A tendência é que até setembro recuem ainda mais, na medida em que a colheita avança.

 

Avicultura

 

O registro em relação ao frango paranaense é de redução em 3,29% no custo de produção em abril, relativamente ao mês anterior, caindo de R$ 5,77 o quilo produzido para R$ 5,58. A alimentação, principal item, passou a representar 75,79% do custo de produção, uma queda de 3,35% em relação a março. No entanto, se comparar com os últimos 12 meses, houve aumento de 9,45%.

 

Piscicultura

 

A atividade envolvendo pescados ainda é pequena no Paraná. Em 2020, atingiu R$ 1 bilhão em Valor Bruto de Produção, representando 0,8% do VBP total do Estado. Mas o boletim acentua que a atividade está em expansão, sobretudo em relação à tilápia, com expectativa de crescimento acima de 20% ao ano.

 

Tendência do Clima 
 

Nesta sexta-feira (20/05), o frio aumenta entre Paraná e Santa Catarina e diminui no Sudeste e Centro-Oeste. Mesmo assim, ainda há condições para geada fraca em São Paulo, Minas Gerais, Goiás na próxima madrugada.

 

Com o afastamento do ciclone, a Região Sul terá uma madrugada de sexta-feira (20/05) com pouca ou quase nenhuma nuvem no céu e ventos bem mais fracos o que permite e a temperatura cai com geadas mais amplas sendo observadas no oeste, sul, centro e leste do Paraná. O produtor deve estar atento ao milho, hortifruti e feijão. Em Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul também há condições para ocorrência do fenômeno.   

 

No fim de semana, o frio enfraquece, mas ainda com possibilidade de geadas no Sul do Brasil. 

 

No período de 24 a 30 de maio, as simulações mostram uma tendência de chuva para o leste do Nordeste e a volta da chuva para o Rio Grande do Sul. Ou seja no final do mês, a chuva fica concentrada sobre a Região Sul associada a uma nova frente fria. São Paulo também deve receber um pouco desta chuva entre o final de maio e início de junho. 

 

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