O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de abril fechou em 0,96, ante 0,97 de março. O cenário é o mais favorável dos últimos 22 meses para o produtor rural, já que quanto menor o indicador, melhor é a relação de troca e revela boa rentabilidade para o produtor rural.
Seguindo os meses anteriores, o fertilizante foi o fator que mais impactou na composição do índice, com queda média de aproximadamente 7%, liderada pelo superfosfato simples e seguida pelo fosfato monoamônico, cloreto de potássio e ureia. A correção no preço dos fertilizantes resume-se em função de uma postergação da safra nos hemisférios Norte e Sul.
As commodities, por sua vez, registraram aumento médio de 1,7% em relação a março, refletindo a apreensão do mercado sobre a produção de açúcar no cenário mundial. Países como China, Tailândia, Índia e Europa enfrentaram problemas de produção desta commoditie, enquanto o Brasil aguarda a evolução da safra.
Por outro lado, com o reflexo da entrada da safra recorde de soja brasileira, as boas perspectivas da safrinha brasileira e o início do plantio de soja e milho nos Estados Unidos, provocou o crescimento da oferta de muitos produtos no mercado.
A atenção do agronegócio segue voltada para a safra brasileira de grãos. Com a proximidade do período de plantio no mercado nacional, a preocupação se volta para a concentração logística no abastecimento, desde portos, plantas fabris até o usuário final.
Metodologia
A metodologia consiste na comparação em relação à base de 2017, indicando que quanto menor a relação mais favorável o índice e melhor relação de troca. O cálculo do IPCF leva em consideração as principais lavouras brasileiras: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.
A fonte para o cálculo dos preços dos fertilizantes no porto brasileiro é a CRU, empresa de consultoria internacional. Já os preços das commodities são apurados pela média do mercado brasileiro, em dólar, calculados com base nas publicações feitas pela Agência Estado e CEPEA.
O índice de preços de fertilizantes inclui os valores de MAP, SSP, Urea e KCL ponderados pelas participações respectivas de seu uso no país. Já o das commodities inclui soja, milho, açúcar, etanol e algodão, ponderado pelo consumo de fertilizantes.
O índice é também ponderado pelo câmbio, considerado 70% dos fertilizantes (custo) e 85% das commodities (receita).
Culturas analisadas: soja, milho, açúcar, etanol (cana-de-açúcar) e algodão.
Dados referentes a abril/2023.