Clima e preço: Quebra na safra de soja deve atingir 5%

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O produtor rural teve mais um ano desafiador em 2023. Além da questão climática, a queda dos preços apertou as margens de lucro e  interferiram nas estratégias dentro da porteira. As mudanças exigiram planejamento, gestão e visão de mercado.

No último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos deve atingir pelo menos 312 milhões de toneladas na safra 23/24, volume 2,4% menor em relação ao ano passado. O fenômeno El Niño prejudicou as regiões produtoras, com destaque para o cultivo da soja.  

De acordo com a consultoria Agromove, com base em dados coletados em nível nacional e com produtores do país, a oferta elevada da soja vai deixar as margens mais apertadas ao produtor.  O levantamento mostra que os embarques elevados do grão estão contribuindo para o escoamento do produtoem função dos preços mais baixos.

Clima

Outro fator importante é o clima: “Na semeadura notamos perdas na produtividade nas regiões muito chuvosas e no replantio, também haverá algumas desistências de replantio em diversas regiões. Caso não ocorram novos eventos climáticos significativos, no pior cenário a quebra na safra de soja pode atingir 5%”, avalia Alberto Pessina, CEO da Consultoria Agromove.

Veja no mapa abaixo a previsão de acumulado de chuva entre 21 e 25 de dezembro:

Fonte: Climatempo

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Milho

O milho é um exemplo do “vai e vem” do mercado. Apesar de um ano difícil, o produtor deve respirar mais aliviado em relação às margens. O levantamento sinaliza melhora das margens em várias regiões. No entanto, as tradings ainda estão ofertando diferenciais de base elevados entre as regiões, o que favorece as operações em bolsa.

“O milho da safra 23/24 teve uma alta significativa, o que vai gerar margens boas, mas o clima precisa cooperar neste sentido para que não ocorra uma quebra significativa da produção”, comenta Pessina.

Gado

Já em relação ao mercado do boi o cenário também é positivo. Após um ano turbulento, com queda no preço da arroba, excesso de oferta no mercado e incertezas no ambiente político e econômico dentro e fora do Brasil, a tendência é de melhora nas margens de lucro. A queda significativa dos custos de reposição em 2023 e um cenário de preços mais estáveis à frente devem trazer um alívio e mais estabilidades nas margens de lucro.

“É possível notar que alguns pecuaristas saíram de uma boiada de custo mais elevado, comprando bezerro mais barato em 2023, com expectativa de vender o gado num valor melhor em 2024. Isso gera uma margem de lucro melhor, se comparado ao ano passado, onde os custos elevados da reposição em 2022 pesaram na conta. A previsão, de forma geral, é de estabilidade nos preços em 2024, com suaves altas”, finaliza Pessina. 

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