Grande polo produtor da fruta, a região mineira de Pouso de Alegre, é conhecida por seu grande potencial e representatividade na produção de morangos. No inicio de 2024, as condições de clima desfavoráveis impactaram os trabalhos e a colheita da fruta sofreu atrasos. Esse impacto refletiu nos últimos meses, na elevação de preços.
Porém, mesmo com o atraso e as condições climáticas adversas, a nova safra está com boa qualidade. A estimativa para a produção anual será de aproximadamente 173 mil toneladas com produtividade média de 51,3 mil quilos por hectare, num total de área plantada de 3.381 hectares, de acordo com dados da Emater-MG.
Os maiores municípios produtores do Sul de Minas são Pouso Alegre (40 mil toneladas), Espírito Santo do Dourado (39,65 toneladas), Bom Repouso (29 mil toneladas), Estiva (19,2 mil toneladas) e Senador Amaral (16,5 mil toneladas).
“Este ano, tivemos um início de outono muito quente e com pouca chuva. Isso atrasou a florada, mas em compensação não tivemos nenhum problema sanitário. O pessoal está animado, porque, apesar do atraso, a nova safra veio com boa quantidade e qualidade”, comenta o coordenador regional de Culturas da Emater-MG, Hélio João de Farias.
Agricultura familiar lidera a produção de morango
Cerca de 9.500 agricultores familiares estão envolvidos na atividade na região de Pouso Alegre o que equivale a 97% da produção de morangos no Sul de Minas. “A rentabilidade é boa, mas é uma cultura que demanda muita mão-de-obra. Atualmente, o pessoal tem investido muito no plantio suspenso, porque é mais ergonômico, o produtor não tem de trabalhar agachado. Além disso, ocupa uma área menor, o manejo de doenças é facilitado e aumenta a longevidade dos substratos”, argumenta Hélio.
O coordenador ressalta que plantar morango no chão é mais barato, mas também mais trabalhoso. Como a mão-de-obra está ficando escassa na região, os produtores têm investido bastante em novas tecnologias. “O pessoal tem buscado fazer financiamentos via Pronaf ou outros empréstimos bancários para bancar os investimentos. Apesar do custo inicial, vale a pena pois é um investimento que se dilui no longo prazo e facilita muito a vida do produtor”, diz.
Bons preços
A região de Pouso Alegre tem sido fortemente beneficiada com a alta dos preços do morango, que crescem proporcionalmente à alta da demanda interna e externa. Devido a baixa oferta do produto nos últimos meses, a caixa com um quilo de morangos (com 4 bandejinhas) chegou a ser comercializada entre R$30 e R$35. “Com a entrada da nova safra, os preços devem reduzir um pouco. A expectativa é que o quilo do produto oscile em torno de R$25 a R$30”, opina Hélio.
Em 2023, também houve uma forte elevação nos preços do morango, segundo dados da Ceasa Minas. A média anual obteve crescimento de 29% em relação à média de preços praticada em 2022. Parte da alta se deu por conta do aumento dos custos com mão de obra, insumos e mudas, o que motivou alguns produtores a reduzirem a área destinada à cultura, reduzindo a oferta.
Exportação de morango
Os produtores mineiros também vêm ampliando a exportação de morango, que no ano passado teve um incremento de 196%. De acordo com o “Balanço do Agronegócio de Minas Gerais em 2023, divulgado no final de abril pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), com as movimentações nos mercados interno e externo, a cultura atingiu a cifra de 949,4 milhões, em 2022. De acordo com o estudo, o Sul de Minas responde por cerca de 90% da produção estadual de morangos e a região de Pouso Alegre, é responsável por 87,5% da safra mineira.
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