No Rio Grande do Sul, a colheita da soja alcança 11% da área cultivada. Os cultivos em enchimento de grãos totalizam 41% e em maturação, 39%, segundo a Emater/Ascar-RS.
No entanto, na maior parte do Estado, os rendimentos e a maturação seguem desuniformes, refletindo a variabilidade na distribuição das chuvas ao longo do ciclo e que afetou a eficiência operacional da colheita e a qualidade final dos grãos colhidos.
Na região Centro-Oeste, nas lavouras mais afetadas pela estiagem, a produtividade (cerca de 500 kg/ha), o peso dos grãos e a qualidade estão menores. A ausência de chuvas, nas regiões de menor precipitação continua prejudicando as plantas em floração, em formação de vagens e em enchimento de grãos, e a insuficiência de volumes adequados de precipitações para a cultura preocupam os produtores, pois as perdas podem se agravar ainda mais. Nessas áreas afetadas pelo estresse hídrico, os grãos apresentam tegumento enrugado e coloração esverdeada. Em casos extremos, houve perdas devido à abertura de vagens.
Nas lavouras afetadas pelo estresse hídrico de janeiro, mas beneficiadas pelas chuvas de fevereiro e início de março, observam-se vagens em diversos estágios, desde a formação inicial até enchimento completo do grão, além de emissão de novas folhas nas plantas. Já nas áreas que receberam precipitações regulares, as produtividades alcançam em torno de 3.300 kg/ha, mais próximas do potencial das cultivares.

Previsão do tempo para o Rio Grande do Sul nos próximos dias
No sábado, a atuação de uma área de baixa pressão, o avanço de um cavado meteorológico em níveis médios da atmosfera e a circulação de umidade deve favorecer o retorno das instabilidades sobre parte do Rio Grande do Sul.
Ao longo do dia, a tendência é de que a nebulosidade apresente variação em todo o estado. A partir da tarde, os núcleos de chuva começam a se desenvolver e condicionar a ocorrência de pancadas de chuva com moderada a forte intensidade, seguidas por descargas atmosféricas, rajadas de vento e com chance para eventual granizo na Fronteira Oeste e região Sul. Em Porto Alegre/RS, o predomínio deverá ser de tempo firme ao longo de todo o dia, assinalado pela presença do sol entre muitas nuvens no céu. Não há previsão de chuva significativa.
Na região de serra, o sábado será de céu parcialmente encoberto na parte da manhã e à tarde, pode chover fraco e de maneira isolada em pontos do alto da serra.
No domingo (23/03), ocorrem pancadas de chuva moderadas a fortes, acompanhadas de descargas elétricas e eventual queda de granizo na Fronteira Oeste, Missões, Noroeste, Norte, Serra, Campanha, Costa Doce e Sul. Nas demais regiões, haverá maior formação de nebulosidade e condições para pancadas isoladas.
Na serra gaúcha, o domingo é de céu encoberto. O sol pode aparecer em alguns intervalos do dia, mas a tendência é de que o céu permaneça sob forte presença de nebulosidade. Na parte da tarde, haverá condições para pancadas isoladas de chuva, com potencial para raios.
Tratamento fitossanitários
Na maioria das áreas, foram concluídos os tratamentos fitossanitários, com foco em doenças de final de ciclo. A incidência da ferrugem asiática nesta safra foi muito inferior à passada, mas as temperaturas amenas e o orvalho persistente durante as manhãs têm proporcionado condições ideais para a infecção e danos às lavouras mais tardias.
Nos cultivos de maior potencial, são efetuadas aplicações preventivas com produtos de alto desempenho, priorizando áreas semeadas entre o final de dezembro e janeiro, que necessitam de proteção até abril.
Uma nova estimativa de área de cultivo foi reavaliada pela Emater/RS-Ascar em 6.729.354 hectares. A produtividade média está em 2.240 kg/ha, em decorrência da estiagem.