O segundo semestre de 2015 e o início de 2016 não têm sido produtivos para os avicultores de São Bento do Una. A cidade, localizada no agreste de Pernambuco, é uma das principais produtoras de ovos e frangos do estado, mas tem sofrido perdas significativas devido à seca na região. Como consequência, a produção diminuiu muito. Estimamos uma queda de 30%, ressalta o vice-presidente de Matrizes da AVIPE (Associação Avícola de Pernambuco), Rildo Ferraz.
E os números são realmente alarmantes, como pontua o meteorologista da Climatempo, César Soares. Praticamente não choveu na cidade de Garanhuns, no agreste pernambucano no mês de novembro do ano passado e em dezembro choveu 17 mm, sendo que a média é 23,1 mm, afirma. Em fevereiro e março as médias para a região são de 59,4 mm e 91,4 mm, porém os índices pluviométricos atingidos foram de 48,1 mm e 35,2 mm, respectivamente, completa.
Além da quebra da produção, o vice-presidente da AVIPE ainda lembra que outro fator agravado pela seca foram os gastos com as produções. Usamos caminhões-pipa para puxar a água de lugares muito distantes, o que gera um custo muito elevado de transporte e a água não é a ideal porque vem salgada, explica.
Para os próximos meses a situação não deve melhorar. O outono é uma estação úmida no Nordeste por causa das Ondas de Leste, mas por influência do El Niño, as chuvas podem ficar abaixo da média no sertão nordestino, alerta o meteorologista da Climatempo.