Chuva de maio atrasa trigo no Rio Grande do Sul

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A chuva de maio e do começo de junho de 2017 deixou o Rio Grande do Sul debaixo d´água. Os gaúchos praticamente não viram o sol durante o mês de maio por causa do excesso de nebulosidade e da chuva frequente. Só no oeste do Rio Grande do Sul choveu de 3 a 4 vezes mais do que o normal. 

 

  

A Emater/RS-Ascar, através da Gerência de Planejamento, realizou um levantamento preliminar sobre as consequências resultantes das intensas chuvas ocorridas. As informações são referentes ao período entre os dias 23 e 31 de maio e levou em conta os dados observados em 456 municípios do Rio Grande do Sul, entre os quais 177 informaram perdas e 279 informaram que não houve danos significativos.

 

Em termos de produção agrícola, o levantamento indica que dos 830 mil hectares cultivados com os principais grãos de verão e de inverno (por colher ou a plantar, respectivamente), 75 mil hectares foram afetados, resultando em aproximadamente 110 mil toneladas perdidas ou com sua qualidade prejudicada, sendo o milho, a soja e o trigo as culturas mais afetadas. O total de produtores atingidos nessas atividades soma 5.300.

 

Trigo

O período de alta umidade do ar e de pesadas chuvas deixaram o solo encharcado, comprometendo ainda mais o avanço do plantio do trigo. Produtores de alguns municípios começam a cogitar a diminuição da área plantada em relação às estimativas iniciais. Nas áreas já semeadas a germinação tem encontrado dificuldade por causa do excesso de umidade. Caso volte ocorrer chuva forte os produtores poderão ter problemas nas atividades futuras, inclusive no plantio da próxima safra de verão. Vale lembrar que em boa parte das principais regiões produtoras o período preferencial para a semeadura se concentra, principalmente, no mês de maio ou no máximo até a primeira quinzena de julho.

 

Feijão 2°safra

O excesso de chuvas durante o processo de colheita das últimas áreas a serem colhidas paralisou a retirada do produto da lavoura. Começou a fase de comunicação de ocorrência da perda das lavouras junto aos agentes financeiros. O produto está maduro, pronto para ser colhido, mas isso está impossibilitado pelo excesso de umidade, que vem acarretando perdas na produtividade e na qualidade do feijão.

 

Previsão do tempo para 15 dias com análise do estado e impacto das condições previstas na cultura

 

Por que tanta chuva no Sul do Brasil?

A explicação para a chuva tão volumosa e frequente sobre o Sul do Brasil em maio e no começo de junho de 2017 não está apenas na passagem de frentes frias, mas também na grande quantidade de áreas de instabilidade (baixas pressões atmosféricas) que se formaram sobre o norte da Argentina e sobre o Paraguai e avançaram sobre o Sul do Brasil espalhando nuvens carregadas que provocaram muita chuva.

 

O que está fazendo alimentando esta “máquina de instabilidade” sobre o Sul do Brasil? Vai continuar chovendo forte sobre a Região Sul no inverno de 2017? Confira a explicação e análise da meteorologista Camila Ramos, que integra a equipe de previsão climática da Climatempo.

 

 

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