Os investimentos em sistemas de irrigação em 2018 foram modestos, em relação ao ano de 2017, analisa o professor da Unesp, Fernando Braz Tangerino. A cana de açúcar sofreu grande queda de produtividade na ordem de 12 a 15% e sem cana na esteira os investimentos no setor foram postergados. As áreas irrigadas com até 165 dias sem chuva que poderiam representar uma expansão tiveram um custo de produção elevado, dado a total dependência da energia elétrica para acionamento dos motores.
Comportamento do Brasil teve impacto
Três movimentos no Brasil também impactaram no negócio de produzir alimentos sob irrigação:
Três anos de boas chuvas no Rio Grande do Sul
A greve dos caminhoneiros
Crise de confiança ou a falta dela
No Rio Grande do Sul, produtores de sequeiros que tiveram boa rentabilidade apostam que na safra 2017/2018 manterão a sorte grande com chuvas regulares e seguraram os investimentos em um estado que representa nos últimos anos cerca 20% das vendas de pivô central.
Na direção oposta com chuvas regulares na safra 2016/2017, no oeste da Bahia os produtores que tem suas propriedades bem estruturadas investiram em máquinas e irrigação. Na irrigação localizada, o bom momento da citricultura garantiu investimentos, seguidos do café e cana em usinas que já entenderam o papel estratégico da irrigação. Notadamente, Goiás e Minas Gerais mantiveram seus investimentos.
Tudo somado, o pivô central perde um pouco de participação em relação a 2017 e a irrigação localizada deverá apresentar aumento de área seguindo uma tendência de investimento no gotejamento em superfície e, tudo somado a expansão da área irrigada deve ficar entre 200 e 210 mil novos hectares, o mesmo número do ano passado.
De uma forma geral, foi um ano bom, analisa Fernando Braz Tangerino.
O otimismo dos produtores é grande, mas, existe uma necessidade de se investir em inteligência de mercado regional para entender as tendências dos produtores de alimentos e seguir promovendo a modernização da agropecuária irrigada, completa o professor da Unesp.