Brasil é o segundo maior produtor de tabaco do mundo

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O Dia do Produtor de Tabaco é comemorado em 28 de outubro e é celebrado, principalmente, nas regiões onde essa cultura tem uma importância econômica e social. Ela movimenta mais de R$ 6 bilhões ao ano, segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), e é produzida majoritariamente pela agricultura familiar, na qual as mulheres vêm assumindo um protagonismo cada vez maior.

 

Antes caracterizadas como ajudantes nas propriedades, elas têm mostrado que são essenciais para o setor que produz mais de 685 mil toneladas de tabaco e emprega mais de 2 milhões de pessoas direta e indiretamente. Na Região Sul do Brasil, responsável por 97% da produção, elas já estão atuando em todas as fases do cultivo, desde a semeadura até a cura e comercialização das folhas.

 

As mulheres também exercem um papel essencial nos núcleos familiares, sendo, inclusive, as principais incentivadoras da educação dos filhos. É o caso das agriculturas Gladis Henn Dorfey e Sheila Laís Rockenbach Gabe do Rio Grande do Sul.

 

As duas, por seu envolvimento e dedicação com a cultura de tabaco, foram exemplos de sucesso no programa Força Feminina em Campo, promovido pela Japan Tobacco International – JTI, empresa líder no setor. Exclusivo para mulheres, a iniciativa promove eventos para fortalecer a autonomia e atuação delas nas propriedades.

 

Na edição, que ocorreu no dia 26 de setembro, no município de Rio Pardo (RS), elas compartilharam suas histórias com mais de 600 agricultoras da região. “Foi muito bom participar desse momento de troca de experiências e conhecimento”, afirma Gladis que cultiva junto ao marido e o filho, de 26 anos, 48 mil pés de tabaco no interior do município de Sinimbu.

 

Mudança de hábito

 

Sua lavoura foi iniciada há 24 anos, após uma tentativa frustrada de residirem na zona urbana de Santa Cruz do Sul. Nessa época, o marido trabalhava em uma fumageira no município, na qual ela também atuava nos períodos de safra. Porém, a insatisfação com a vida urbana foi surgindo e as dificuldades para se manter foram crescendo. “Aqui no interior eu conheço todo mundo, todos os meus vizinhos, na cidade eu não tinha esse relacionamento. Além disso, o terreno lá era pequeno, não dava para produzir. Aqui, posso ter minha horta, plantar o que eu quiser, além da sensação de liberdade – que em qualquer outro lugar a gente não teria – e do contato direto com a natureza”, analisa. Assim, resolveram voltar para o interior.

 

Hoje em dia, Gladis e sua família estão focados em aumentar a qualidade do que produzem para maximizar seus ganhos. “Como somos só nós três a trabalhar na propriedade, é melhor mantermos o tamanho da produção e focarmos na qualidade para ter um produto bom para a venda. Não adianta plantar muito e perder o principal”, afirma.

 

Já Sheila está à frente do cultivo há 8 anos. Seus pais eram funcionários em uma lavoura de arroz, porém, buscando melhores condições de vida, mudaram-se para Agudo e começaram a plantar tabaco. Atualmente, ela e o marido residem no município de Vale do Sol (RS) e, nessa safra, plantaram 50 mil pés.

 

“Pretendo ficar minha vida inteira no campo, é onde me sinto mais tranquila e sem tanta correria, não gosto muito da cidade, prefiro ser mais livre”, afirma Sheila que gosta de estabelecer suas próprias metas e horários de trabalho.

 

Ela e o marido dividem todas as tarefas na lavoura na qual ela aplica os conhecimentos que aprendeu no curso técnico de zootecnia, que lhe permitiu aprender mais sobre os solos e os cuidados com os animais – que cria para consumo próprio.

 

O amor pela vida no interior e os planos para o futuro a motivam a querer ampliar a lavoura. “Hoje já temos 19 hectares de terra. Logo, pretendemos ampliar a produção para temos mais ganhos e nos preparamos para ampliar a família”, afirma.

 

Para Flavio Goulart, diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação da JTI, a história e dedicação de Gladis e Sheila na cultura do tabaco é um exemplo do papel das mulheres na agricultura. “Essas são duas histórias que demonstram a fibra e a importância das produtoras. Elas são exemplos de como cada vez mais a importância das mulheres para a sustentabilidade da agricultura tem crescido ”, afirma.

A Cultura do Tabaco no Brasil

 

O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco do mundo, perdendo apenas para a China. Em 2017, a fumicultura gerou 638.440 empregos diretos na lavoura e 40.000 na indústria e indiretamente, foram mais de 1,44 milhão de empregos gerados.

 

O tabaco é cultivado em 321.520 mil hectares do território nacional e o sul do país é responsável por 98% da produção, sendo o principal complexo agroindustrial de tabaco do Brasil com 619 municípios.

 

Produção

 

Depois de cultivada, o produtor acompanha o processo de desenvolvimento das plantas até a colheita, que não necessariamente é feita de uma só vez. As folhas podem amadurecer em ritmos distintos, de acordo, por exemplo, com a exposição de cada uma à luz solar.

 

Após a colheita, as folhas passam pelo processo de cura, que pode ser feito de duas formas. O tabaco Virgínia, mais comum nas lavouras brasileiras, passa de quatro a cinco dias em uma estufa, com temperatura e umidade controladas. Os demais tipos  são mantidos em suspensão por cerca de 40 dias, expostos a condições naturais, até atingirem o ponto desejado.

 

A última etapa na propriedade é a classificação das folhas. Elas são divididas e agrupadas de acordo com a semelhança de características. O valor de cada tipo será definido no processo de compra. 

 

Fonte: Afubra – Associação dos Fumicultores do Brasil