Paraná registra 12 ocorrências da ferrugem da soja

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A ferrugem-asiática da soja chegou nas lavouras. Até agora, segundo dados do Consórcio Anti ferrugem há 12 focos da ferrugem-asiática da soja em lavouras comerciais do Paraná, na safra 2019/20. O site do Consórcio também revela focos em outros estados produtores pelo Brasil. São eles:

MS: 4

MT: 1

MG 1

RS: 1

SC: 2

SP: 1

 

É importante manter a lavoura protegida.

 

Sobre a doença

 

A ferrugem-asiática da soja é a principal doença na cultura da soja e possui um custo médio de US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil. Entre as principais estratégias de manejo da doença estão: o vazio sanitário, a utilização de cultivares precoces e a semeadura no início da época recomendada, o uso de cultivares com genes de resistência e o uso de fungicidas.

 

Os produtores e técnicos que encontrarem ferrugem nas lavouras podem auxiliar a divulgar a informação, levando as folhas para as cooperativas e outros membros Consórcio Antiferrugem para atualizar o site do Consórcio Antiferrugem.

 

Sintomas da doença

 

Os sintomas causados por P. Pachyrhizi iniciam-se nas folhas inferiores da planta e são caracterizados por minúsculos pontos (1-2 mm de diâmetro), mais escuros do que o tecido sadio da folha, com coloração esverdeada a cinza-esverdeada. Essas lesões provenientes da fase inicial da infecção não são facilmente visíveis a olho nu, sendo necessário posicionar a folha contra um fundo claro ou utilizar uma lupa de 20 a 30 aumentos. Correspondente aos minúsculos pontos iniciais, observa-se, no verso da folha (face abaxial), a formação de urédias (estruturas de reprodução do fungo), que se apresentam como pequenas saliências na lesão.

 

É considerada uma das doenças mais severas que incidem na cultura e pode ocorrer em qualquer estádio fenológico da cultura. Plantas infectadas apresentam desfolha precoce, comprometendo a formação e o enchimento de vagens, reduzindo o peso final dos grãos. Nas diversas regiões geográficas onde a ferrugem asiática foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.

 

Ciclo e epidemiologia

 

O fungo se espalha (dissemina) pelo vento e a doença não é transmitida por semente. O fungo causador da ferrugem é parasita obrigatório ou biotrófico porque vive apenas em hospedeiros vivos. Portanto, para sobreviver, depende de hospedeiros alternativos ou da própria soja, através das plantas voluntárias, guaxas ou tigüeras, que nascem a partir de grãos perdidos na colheita, ou nos cultivos sob irrigação.

 

Quanto ao ciclo da doença, ele se inicia com a disseminação dos esporos (“sementes” do fungo) que foram produzidos nas plantas que serviram como hospedeiras na entressafra. Os esporos são disseminados pelo vento e se depositam sobre as folhas das plantas de soja. Caso as condições estejam favoráveis, temperatura entre 18 C e 26 C, molhamento foliar de pelo menos seis horas (o ideal é de 12 a 14 horas), os esporos germinam e o fungo penetra na folha diretamente rompendo a epiderme (diferente da maioria dos fungos causadores de ferrugem, que só penetram por estômatos) e começa a colonizar os tecidos da folha. Em condições ótimas de temperatura, ao redor de cinco dias após a penetração, é possível visualizar os primeiros sintomas, que são os pontos escurecidos vistos mais facilmente olhando a folha contra um fundo claro.

 

Com mais uns quatro a seis dias, as urédias (saliências) podem ser vistas e novos esporos começam a ser liberados. Cada urédia permanece produzindo esporos por aproximadamente 21 dias. Esses esporos vão iniciar novas infecções na mesma lavoura ou vão, através do vento, alcançar lavouras mais distantes. Quando chega o fim do ciclo da cultura o fungo passa a sobreviver nas plantas voluntárias ou outros hospedeiros.