O ano de 2021 está sendo um desafio para os produtores rurais brasileiros. As intempéries tem transformado a dinâmica do setor agropecuário e é destaque neste ano safra. No Sudeste, onda de frio e geada trouxeram impacto para o café e cana-de-açúcar, duas importantes culturas.
No Paraná, por exemplo, 2º maior produtor de milho no Brasil, a colheita da segunda safra está atrasada e até o dia 09/08 já havia atingido apenas 59% da área do Brasil. No ano passado, neste período atingia mais de 71% da área colhida.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o milho foi uma das culturas mais afetadas, com uma queda de produtividade estimada em 25,7%. A previsão é de que sejam colhidos 4.065 quilos por hectare somente na segunda safra do cereal. A produção total estimada pela Conab deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão de toneladas na terceira safra.
A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal, informou a Conab.
Com os prejuízos, as indústrias devem comprar o grão de outros países e estados do Brasil, o que há muito tempo não acontecia. No início da temporada, a expectativa era de que o Paraná colhesse 15 milhões de toneladas, volume que pode cair para 6,8 milhões de toneladas. Uma redução de 53% em relação à estimativa inicial.
Com menos milho nas lavouras, os preços subiram, mas os agricultores não estão conseguindo aproveitar o momento porque não têm grão para vender. Diante da redução da oferta, o Paraná, que normalmente vende milho para outros estados e países, terá que trazer o grão de fora.
Mudanças climáticas e o Agronegócio
A perspectiva do clima para a próxima safra é um dos temas do evento Mudança Climática e Sustentabilidade no Agronegócio, às 09h do dia 17 de Agosto. Entre os tópicos apresentados: os problemas que as mudanças climáticas podem acarretar a agricultura e pecuária, a situação atual dos fenômenos climáticos, como o La Niña e como produzir de forma mais eficiente e sustentável.
O produtor Daniel Wolf irá apresentar as práticas de produção sustentáveis que trazem bons resultados para sua fazenda.
A economista Claudine Pinheiro Machado irá trazer informações importante sobre mudanças climáticas e o impacto nos contratos internacionais de milho e café.
Gustavo Spadotti da Embrapa Territorial fala sobre o papel do Agro na preservação e o como o setor pode caminhar junto com a sustentabilidade e a advogada Samanta Pineda discursa sobre direito ambiental e como mitigar o impacto climático. O meteorologista e doutor em agronomia da Climatempo, João Castro irá falar sobre os impactos que o clima causou nas principais culturas durante o ano e também sobre o que esperar para a próxima safra verão com a eminência de uma nova La Niña.
Haverá um debate com a presença de Eduardo Assad, membro do comitê científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas sobre o cenário do 6º relatório de mudança climática do IPCC.
As inscrições para o evento são gratuitas e estão disponíveis neste link https://sustentabilidade.climatempo.com.br/
Serviço
Climatempo Sustainability Summit Mudança climática e Sustentabilidade no Agronegócio
Data: 17 de Agosto
Horário: 09 horas
Formato: on-line
Inscrição: Gratuita aqui