Todo mundo sabe que a inflação afeta muito mais as pessoas de rendimentos mais baixos, mas na atual conjuntura ela tornou os preços dos itens da cesta básica inacessíveis para muitos brasileiros.
Professores do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) criaram o Índice de Inflação da Cesta Básica para a região de Curitiba e para o Brasil, publicado mensalmente a partir de outubro de 2021. O índice é inédito, pois leva em consideração apenas a inflação dos produtos da Cesta Básica.
O indicador é calculado com base nos 13 produtos de alimentação definidos pelo Decreto Lei n° 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário mínimo no Brasil e que continua em vigência, diz Jackson Bittencourt, economista e coordenador do curso.
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Para o cálculo, foram utilizados como base de ponderação as despesas de consumo das famílias residentes nas áreas urbanas, com rendimentos entre 1 (um) e 40 (quarenta) salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, obtidos a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE de 2017-2018.
“As condições climáticas também impactaram no preço mais alto de muitos dos itens da cesta básica”, afirma o economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso de economia da PUCPR. Segundo o especialista, o agravamento das condições climáticas possivelmente irão continuar afetando o custo para o consumidor final.
É importante lembrar que a última onda de frio provocou perdas na agricultura, principalmente nas safras de milho, feijão e hortifruti. Apesar de alguns itens não estarem dentro da cesta básica, o consumidor pode sentir no bolso o reflexo da diminuição da oferta do produto no supermercado, feiras livres e entrepostos.
O economista Miguel Daoud acredita que a escalada do preço irá continuar no mês de junho. “O hortifruti possui um peso considerável na inflação, mas que não aparece na análise dos itens da cesta básica. A inflação está vivendo um momento de manutenção e aceleração e o clima é um fator que potencializa a especulação e, consequentemente, a alta dos preços,” conclui Daoud.
Choque de oferta pode se acentuar em lavouras de curto prazo
Tendência do clima: Junho começa com chuva e frio nas áreas agrícolas
Ao longo da primeira semana de junho, a chuva se espalha ainda mais sobre parte do Brasil, alerta a Climatempo. A estimativa é de mais de 100 milímetros no Paraná, Mato Grosso do Sul, oeste e sul de São Paulo. A precipitação mais fraca alcança Mato Grosso, o sul e oeste de Goiás e o Triângulo Mineiro. Além da chuva, há previsão de retorno do frio.
As simulações dos modelos de previsão indicam queda de temperatura na semana que vem, com o avanço de uma onda de frio menos intensa, mas com formação de geada prevista para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nas demais áreas produtoras do Brasil, não há estimativa para geada.
“Nas áreas de café de Minas Gerais, o alerta de frio pode influenciar o mercado com o indicativo de temperaturas mínimas entre 3ºC e 6ºC. Vale ressaltar que não há expectativa de frio intenso”, alerta o agrometeorologista Celso Oliveira.
No Paraná, foi iniciada a colheita da segunda safra de milho com 196 hectares colhidos na região de Laranjeiras do Sul. Contudo, a colheita ganha ritmo somente a partir da segunda quinzena de junho.
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