Produção do trigo pode baratear o pão na mesa dos brasileiros

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Você já deve ter escutado que se o dólar aumenta o preço do pão também cresce. Pois é, isso acontece pela dependência do país do mercado externo quando falamos do trigo, porém essa realidade pode mudar.

 

O Brasil é uma das maiores potências agrícolas do mundo, mas ainda sofre com a dependência de importações para atender à demanda interna de alguns produtos, como é o caso desta commodity. O país, que já é líder mundial na produção de soja, com números ultrapassando a casa dos 135 milhões de toneladas (obtidos na última safra), além de ser o terceiro maior produtor de milho, finalmente caminha para se tornar autossuficiente com o trigo. 

 

Atualmente, das 12 milhões de toneladas de trigo consumidos no Brasil, mais de 6 milhões são importadas, com o restante sendo fornecido pelo mercado interno. O Brasil pode produzir 1,5 milhão de toneladas a mais neste ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). 

 

Mas o que muda no país com esta independência de importação?

 

Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, a independência pode deixar os derivados do trigo mais baratos.

 

“Quando falamos de produtos derivados do trigo, como o pão consumido no nosso café da manhã, pensamos em dólar. A dependência do mercado externo faz com que nós tenhamos um valor destes produtos dependente da política monetária. Com essa independência, podemos ver esse produto com menor impacto na inflação ao longo prazo”, afirma o executivo. 

 

A valorização do preço do trigo ocorreu com a pandemia e em especial com a Guerra da Ucrânia, que envolveu três dos principais exportadores da commodity, a Ucrânia, Rússia e Belarus, com os volumes comercializados em queda. Com isso os preços dispararam quanto à margem de exportação do Brasil. Por outro lado, o quadro também fez com que os preços dos derivados do trigo, como o pão, tivessem um disparo nos preços. 

 

Foto: arquivo istock

 

Sul do Brasil concentra grande parte da produção

 

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que o Sul do Brasil ainda concentra grande parte da produção, Rio Grande do Sul e Paraná correspondem a quase 90% da produção. No Sul, as regiões são mais frias e úmidas, dando origem ao que chamam de trigo subtropical, quando falamos do Brasil central, na região dos trópicos, o clima é quente e mais seco, com temperaturas mais elevadas e regime hídrico diferente do Sul. 

 

O trigo ainda é a única grande commodity não tropicalizada, mas que esta segue para uma direção assertiva. Com o caminhar das operações e investimentos é possível que o Brasil tenha autossuficiência na produção em cinco anos, e não em dez como algumas projeções indicam, mas o governo não tomou nenhuma medida para reduzir a vulnerabilidade externa do Brasil na questão do trigo, mas sim do setor privado.

 

“Considerando a demanda internacional, se alcançarmos essa suficiência, o Brasil poderá se tornar um país exportador da commodity. Isso representa maior impacto do agronegócio na balança comercial brasileira”, completa Pizzamiglio.

 

Tendência do clima 

 

As áreas de instabilidade continuam ativas entre o Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Há condições de chuva para o Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul de Minas e zona da mata mineira e Rio De Janeiro. Os acumulados de chuva podem ultrapassar os 60 até 80 milímetros, especialmente, entre o Mato Grosso do Sul e o estado de São Paulo. A chuva só deve perder intensidade e força no final de semana. 

 

Este corredor de umidade acaba espalhando nuvens de chuva no centro e oeste de Mato Grosso, Rondônia e Acre. No entanto, a chuva não é volumosa e, sim, localizada com registro de 30 a 50 milímetros em pontos isolados destas áreas. 

 

Para semana que vem a tendência ainda é de ocorrência de chuva entre São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso. Por volta do dia 05/10 a chuva fica mais espaçada e permite aos poucos a retomada dos trabalhos no campo. 

 

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