No Brasil, existem cerca de 3 mil espécies de abelhas, das quais 1,5 mil são as chamadas solitárias, ou seja, não vivem em colônias. Essas espécies são de extrema importância para o meio ambiente.
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, cada abelha visita cerca de seis mil flores por dia, fator determinante para a polinização de milhares de plantas, inclusive alimentícias. Além de auxiliar na disseminação das plantas, garantem a variação genética importante para o desenvolvimento das espécies e produzem mel.
No 3 de outubro é comemorado o Dia da Abelha
Das 191 culturas agrícolas utilizadas para a produção de alimentos no País, que se tem conhecimento sobre o processo de polinização, 114 (60%) são visitadas por polinizadores. E para 76% (69) das culturas agrícolas, a ação de polinizadores aumenta a quantidade e/ou a qualidade da produção. Nesse grupo, as abelhas representam 66% das espécies do Brasil.
O País abriga uma grande riqueza de seres que proveem a polinização. O rol de visitantes das culturas agrícolas supera 600 nomes, dos quais cerca de 250 têm potencial de polinizador e estima-se que este número seja maior.
O último grande estudo sobre a atividade específica dos agentes polinizadores abelhas, besouros, borboletas, mariposas, aves, vespas, moscas, morcegos e percevejos, entre outros tanto, foi realizado Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e a Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (Rebipp), em 2018, apontou o valor econômico do serviço ecossistêmico de polinização para a produção de alimentos no Brasil, ou seja, o quanto os produtores deixaram de gastar devido ao serviço prestado pelos polinizadores, foi estimado à época em R$ 43 bilhões.
FOTO: Arquivo Istock
Preservação dos agentes
As estratégias de mitigação do impacto negativo aos polinizadores envolvem conhecimento das áreas a serem tratadas, cuidados ao seguir rótulo e bula dos defensivos, cumprimento dos requisitos das instruções normativas e das boas práticas agrícolas e comunicação direta com os possíveis criadores de abelhas e outros polinizadores.
Para preservar os agentes polinizadores bióticos (abelhas, morcegos, borboletas, mariposas etc.) devemos conciliar as práticas de produção agrícola com a preservação de habitats naturais ou criar ambientes que podem ser usados como habitats por esses indivíduos Existindo moradia (habitats) e alimento para os polinizadores as chances são gigantes de termos um equilíbrio entre produção agrícola e preservação do meio ambiente, esclarece Leonardo Luvezuti, head de negócios da Perfect Flight.
É fundamental para agricultores e apicultores a realização de manejo eficiente, tanto para aumentar a produção no campo quanto para proteger a biodiversidade. Para conseguir acompanhar todas as atividades no campo, as AgTechs são grandes aliadas, uma vez que, em muitos casos, apenas a tecnologia consegue dimensionar o trabalho do homem nas propriedades rurais.
Tecnologia a favor dos polinizadores
Também é aliado na etapa de segurança dos polinizadores o uso de ferramentas tecnológicas e informações precisas. É possível melhorar a assertividade para os produtores, impedindo que os defensivos atinjam espaços indesejados como os habitats dos polinizadores. Os sistemas são abastecidos com base de dados e oferecem a possibilidade de definir rotas e estabelecer planos de voo para impedir danos ambientais.
Projeto Hotel de abelhas
O programa consistiu em criar estabelecimentos, espécies de hotéis para abrigar abelhas, sediados nas propriedades rurais, promovendo o cultivo e a sobrevivência dos insetos. A prática já é comum nos EUA e Europa, com a criação de espaços exclusivos para que diferentes espécies nativas possam construir suas colmeias, favorecendo a permanência e reprodução.
As maneiras para preservação são inúmeras, mas a gestão e monitoramento da pulverização aérea, por exemplo, reduzem a aplicação indevida de defensivos agrícola que consequentemente preserva agentes polinizadores que habitam a área de produção. A preservação de matas ciliares no entorno de cultivos favorece a permanência desses organismos na área. Ou até mesmo a criação de novos habitats, como os hotéis, podem garantir essa preservação, finaliza Luvezuti.
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