Déficit hídrico preocupa produtor de arroz da Fronteira Oeste

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A área estimada de arroz pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) é de 862.498 hectares. A produtividade projetada é de 8.226 kg/ha. As lavouras estão com 82% em desenvolvimento vegetativo, 15% em floração, e 3% já iniciaram a formação dos grãos, de acordo com o último levantamento (12/01) realizado pela Emater/Ascar-RS.

 

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Na Fronteira Oeste, em Maçambará, as perdas pelo déficit hídrico alcançam 10%, e alguns produtores estão com dificuldades até para manter a irrigação intermitente (paliativa) nas lavouras devido à rápida redução nos reservatórios. Alguns talhões de cultivo já foram abandonados.

 

Em São Gabriel, houve uma recuperação parcial nas barragens e cursos d’água utilizados para irrigação após as chuvas de forte intensidade registradas no Ano Novo, sendo possível melhorar a uniformidade e altura da lâmina de água.

 

Na região da Campanha, em Hulha Negra, alguns produtores que dependem de arroios, rios e barragens de pequeno porte para irrigação já reduziram o bombeamento com o objetivo de preservar a água para a fase reprodutiva. A segunda aplicação de ureia está sendo realizada apenas nas áreas com maior investimento e nas que se encontram na fase de diferenciação da panícula. Essa estratégia de manejo visa estimular a formação de maior número de grãos por panícula, reduzir as perdas e maximizar o aproveitamento do fertilizante nitrogenado devido ao seu fracionamento, combinado com a primeira aplicação logo antes da entrada da água na lavoura. 

 

Foto: Getty Images

 

Em Pelotas, a cultura do arroz apresenta um ótimo desenvolvimento, boa sanidade e sem problemas com pragas. A exceção se dá em lavouras irrigadas com água da Lagoa dos Patos e seus afluentes, onde o índice de salinidade é superior ao tolerado pela cultura. Alguns produtores realizam irrigações intermitentes para minimizar o efeito. Esse problema afeta principalmente o município de Pelotas, onde 70% das lavouras utilizam esses mananciais. Também há registros pontuais de falta de água para a irrigação em São José do Norte, afetando lavouras.

 

Em Santa Maria, há dificuldades na manutenção da irrigação, pois os mananciais  diminuíram o nível; alguns estão sem fluxo continuo, como é o caso dos rios São Sepé, partes do Vacacaí e do Soturno. Caso não haja recuperação, poderá haver abandono de lavouras. Os cursos com maiores volumes de água, como o Rio Jacuí, Toropi e Ibicuí, ainda estão em melhores condições, em volumes suficientes.

 

Em Cachoeira do Sul, os orizicultores que utilizam a água da Barragem Capané enfrentam um racionamento, em um esquema de três dias com fornecimento e seis dias sem água a fim de usar com parcimônia o manancial. Em Soledade, as condições climáticas foram favoráveis, e as lavouras estão com ótima performance. De maneira geral, o uso da água de irrigação é racionalizado, evitando desperdícios. Mesmo assim, de forma pontual, alguns produtores já tem dificuldade de irrigar a cultura devido à escassez de água nos cursos hídricos e reservatórios.

 

Tendência do Clima

 

Na quarta-feira (18/01), ainda há condições de chuva no norte gaúcho e a chuva se espalha mais pelo estado, alcançando também todo o litoral, sul do Rio Grande do Sul e na região metropolitana de Porto Alegre. O tempo fica aberto na região de Santa Maria, Campanha e Fronteira Oeste, com calor e ar seco.

 

Na quinta-feira (19/01), sol com pouca nebulosidade na região de Uruguaiana. Por outro lado, a chuva pode cair a qualquer hora na região de Rio Grande. Nas demais áreas gaúchas, inclusive na Grande Porto Alegre, o sol aparece e as nuvens aumentam, com previsão de chuva que pode vir com raios, a partir da tarde. O calor continua pelo estado.

 

Segunda quinzena de janeiro

 

As instabilidades devem ser mais concentradas na faixa norte até o dia 21 de janeiro. Mas, entre os dias 22 e 24 de janeiro, a passagem de uma frente fria, mais um corredor de umidade, uma baixa pressão atmosférica entre o Paraguai e o oeste da Região Sul e áreas de instabilidades ajudam a intensificar e espalhar os temporais por todo o Rio Grande do Sul. Com previsão de vendavais e acumulados pontualmente elevados, além de queda de granizo e alagamentos. 

 

Atenção para as temperaturas que ainda seguem elevadas em todo o estado gaúcho, em especial do centro ao oeste do estado, com risco de onda de calor. Sendo as maiores temperaturas registradas entre 17 e 19 de janeiro, pelo oeste gaúcho. Com calorão previsto até o dia 25 de janeiro.

 

Como monitorar o Clima na sua fazenda?

 

AgroclimaPRO é um serviço de tecnologia da Climatempo que utiliza o conhecimento meteorológico. Com ele você pode acessar o histórico de dados de Clima para sua fazenda e pode detectar áreas com menor vigor vegetativo. Além disso, você fica sabendo como será a demanda hídrica da sua lavoura nos próximos 15 dias e ainda consegue identificar os melhores dias e horários para realizar as pulverizações.  

 

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