Milho apresenta perda de 50% na área cultivada em Santa Maria

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A área estimada de cultivo para a safra de milho 2022/2023 no Rio Grande do Sul é de 831.786 hectares, de acordo com dados da Emater/Ascar-RS. A área semeada alcançou 95% da projetada inicialmente. Houve prosseguimento na colheita, efetuada em 18% dos cultivos. Para as lavouras com ciclo mais avançado, as chuvas não diminuíram as perdas de produtividade, que são variáveis, mas mais graves nas regiões Centro e Oeste do Estado.

 

Em termos fitossanitários, permanecem os manejos de controle de plantas invasoras
e de pragas – lagarta do cartucho e cigarrinha do milho –, que estão sendo monitoradas e controladas quimicamente quando necessário.

 

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Em Bagé, na Fronteira Oeste, em Alegrete, as lavouras estão próximas do final do ciclo, e as perdas estimadas são de 40%, mas há possibilidade de aumento desses índices, caso o quadro de déficit hídrico persista. Em Rosário do Sul, os produtores já manejam bovinos para consumir as plantas nas lavouras mais afetadas pela estiagem, pois a formação dos grãos está comprometida. De maneira geral, as perdas estimadas no município são de aproximadamente 50%.

 

Na região da Campanha, a situação é menos grave, e em Dom Pedrito 35% das lavouras alcançaram a fase reprodutiva e apresentam bom potencial produtivo. Considerando os riscos climáticos da cultura, as lavouras de escala maior foram implantadas em áreas com sistema de irrigação. Nas pequenas propriedades com produção destinada ao autoconsumo, o cultivo ocorre em condição de sequeiro, mas há perdas decorrentes do estresse hídrico.

 

Em Caxias do Sul, as lavouras apresentam desenvolvimento satisfatório e sem perdas significativas na expectativa de rendimento inicial. Em Erechim, 20% das lavouras foram colhidas, a produtividade varia entre 2.400 e 6.000 kg/ha, consolidando os danos pela estiagem. Em Frederico Westphalen, as lavouras implantadas em início de agosto têm rendimentos acima de 6.000 kg/ha. No entanto, a maior parte dos cultivos foram implantados a partir da 2ª quinzena, e a redução esperada na produtividade aproxima-se de 45%.

 

Foto: Getty Images 

 

Em Santa Maria, estima-se uma perda de até 50% na área cultivada, com destaque  negativo nos municípios de Itaara, Nova Palma, Quevedos, Santiago e Unistalda, que alcançam 70%, e em Paraíso do Sul e Tupanciretã, 80%. Os acionamentos para acesso ao Proagro foram crescentes e atingiram 175 comunicações de perdas, registradas pelos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar na região. Os técnicos  estão realizando as perícias a campo a fim de viabilizar o acesso dos produtores aos recursos e de minimizar os prejuízos. 

 

Em Santa Rosa, houve prosseguimento da semeadura. As perdas de produtividade  estão consolidadas, pois 35% das lavouras estão em maturação, e 55% foram colhidos. Também foram colhidas áreas destinadas à produção de sementes. Os equipamentos de colheita fazem a coleta de espigas inteiras com a palha para posterior debulha. Relatos das unidades recebedoras de grão indicam que este apresenta tamanho diminuto em função da estiagem, mas ainda viáveis ao uso como sementes. As lavouras de milho em emergência têm sofrido forte infestação por cigarrinhas, exigindo grande esforço no controle para evitar o enfezamento na fase reprodutiva do milho. 

 

Em Pelotas, os plantios foram retomados a partir da ocorrência de chuvas em volumes satisfatórios. No entanto, as lavouras que foram severamente prejudicadas  pela estiagem foram cortadas para alimentação animal direta ou para silagem de baixa qualidade. Alguns municípios, em decretos de emergência, apontam perdas elevadíssimas nas lavouras: 90% em Capão do Leão e em Pedro Osório e 80% em Santana da Boa Vista.

 

Em Soledade, a ocorrência de chuvas favoreceu os cultivos em diferentes fases, como lavouras com implantação no cedo (período intermediário do zoneamento agrícola),  com implantação tardia e em implantação em restevas de tabaco. De modo geral, as lavouras apresentam desempenho satisfatório, porém, em parte da região, o déficit hídrico provoca a paralização do crescimento. Nos casos de perdas elevadas, os agricultores estão acionando o Proagro.

 

Tendência do Clima

 

Nesta terça-feira (24/01), o ar seco predomina em todo o estado, impedindo a formação de nuvens de chuva em todo o estado. Com o predomínio do sol e o tempo aberto, as temperaturas voltam a atingir valores altos na Campanha e na Fronteira Oeste, além da UR ficar abaixo de 20%. 

 

Na quarta-feira (25/01), a circulação dos ventos favorece o aumento da chuva no estado gaúcho. O sol ainda predomina, será um dia bem quente pelo interior e na região da Fronteira Oeste. Durante a tarde, nuvens carregadas espalham chuva pelo centro-oeste e sul gaúcho. Há previsão de temporais e chuva forte. No litoral e em Porto Alegre, as pancadas são isoladas e a chuva é mais passageira. Tempo firme na Região Serrana e no extremo norte gaúcho.

 

O calor volta a ganhar destaque. As temperaturas voltam a bater os 39°C nestes próximos dias.

 

No dia 31/01, às 19h no Youtube da Climatempo, o Conexão Agroclima irá abordar ao vivo o tema chuva x estiagem: onde o clima fará diferença na colheita. Fique ligado em nossas redes sociais para obter o link e assistir a Live com as informações para o mês de fevereiro.  

   

Como monitorar o Clima na sua fazenda?

 

O AgroclimaPRO é um serviço de tecnologia da Climatempo que utiliza o conhecimento meteorológico. Com ele você pode acessar o histórico de dados de Clima para sua fazenda e pode detectar áreas com menor vigor vegetativo. Além disso, você fica sabendo como será a demanda hídrica da sua lavoura nos próximos 15 dias e ainda consegue identificar os melhores dias e horários para realizar as pulverizações.