Nos últimos dias, um episódio de frio intenso aterrorizou pecuaristas brasileiros. Mais de mil cabeças de gado morreram. Frio, baixa incidência de chuva e risco de pneumonia são alguns dos desafios que o pecuarista enfrenta no período de inverno. O bom desempenho e produtividade do gado, nesta época do ano, passam diretamente por um bom planejamento, que envolve três pilares: sanidade, performance e manejo.
No gado de corte, fatores como aglomeração, mudança de ambiente, alteração de dieta e poeira causam estresse nos animais, reduzem a imunidade e tornam o ambiente propício ao aparecimento de doenças virais e bacterianas e aumenta a susceptibilidade aos parasitos.
“Quando falamos em sanidade no inverno, nossa atenção está voltada para a prevenção e tratamento de doenças respiratórias, no controle de parasitos no período seco, principalmente nos animais de recria, com os programas de controle estratégico, na prevenção de clostridose, no desmame e compra de animais, no tratamento dos problemas de casco e ainda com o protocolo de entrada dos confinamentos”, comenta o especialista em bovinos, Juliano Melo.
Minimizar estes riscos de doenças e parasitos no inverno é uma necessidade em todas as fazendas e pode ser feita até com relativa simplicidade e seguindo alguns passos:
Controle de parasitos
O primeiro passo é assegurar o controle de parasitos, em um período com menor oferta de alimentos e não pode haver parasitos concorrendo com o animal pelos nutrientes. Para isso, é necessário que todos os animais do desmame aos 24 meses estejam dentro do programa de controle estratégico de verminose.
Desmame e entrada de animais na fazenda
Os animais que serão desmamados ou que entrarem na propriedade (compra), precisam receber as aplicações devidas e programadas.
Cuidados com as vacas
As matrizes prenhas também precisam do reforço das vacinas de leptospirose e um mês antes do parto realizar uma vacinação para proteger as crias da diarreia neonatal. No gado leiteiro, esse é o período em que ocorrem os partos, por isso é preciso estar atento às primeiras semanas dos bezerros, que podem ter diarreias, mastite e pneumonia. “A vacinação das vacas prenhas é importante, pois a vacas transferem a imunidade para a diarreia neonatal via colostro, assim quando os bezerros mamarem, passam a ter a proteção e mais saúde”, disse Juliano.
Confinamento
Redobrar a atenção com os animais confinados com relação as doenças respiratórias e certificar de aplicar as vacinas necessárias.
Nas fazendas que trabalham com cria, produção de bezerros, realizamos os trabalhos de seleção das novilhas que farão a reposição do rebanho, é bom escolher os reprodutores para a próxima estação visando a formação de um rebanho geneticamente superior que poderá ajudar a chegar mais rápido a um rebanho produtivo e eficiente.
Nutrição
O cuidado com a nutrição, neste período de menor oferta de capim são fundamentais para a lucratividade do rebanho e a utilização de um suplemento balanceado e aditivos que podem maximizar a performance do rebanho neste período.
Outro ponto que o produtor precisa estar atento, especialmente nas fases iniciais de vida, e que é uma das principais causas de mortalidade das bezerras leiteira são as pneumonias. Para esses casos, a recomendação é buscar uma vacina, de preferência intranasal que garante a prevenção contra as doenças respiratórias causadas por vírus sincicial bovino (BRSV), a rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e a parainfluenza (PI3).
“O produtor que está atento, que cuida do aspecto sanitário do rebanho, que tem o calendário vacinal e vermifugação em dia, consegue minimizar os efeitos causados pelo inverno”, finaliza Juliano.
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