Quem são os responsáveis pela variação do preço do milho: clima, oferta ou demanda?

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Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os valores do milho no mercado interno apresentaram mais um mês em queda e atingiram, no dia 14 de junho, o valor de R$ 54,33/ saca, o menor valor do ano. De acordo com análise mensal do Cepea, os principais motivos dessa diminuição de preço foram: clima favorável para grandes safras e redução de demandas por parte dos compradores que esperavam uma desvalorização do produto.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda estima uma safra recorde de milho no Brasil este ano, e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê que as exportações brasileiras de milho superem as estadunidenses em 1,1 milhões de toneladas na safra 2022/2023. A produção estimada pela Conab é de que essa safra atinja 126,6 milhões de toneladas.

“A população encontrará produtos mais baratos devido aos valores baixos da saca deste mês. Em junho do ano passado, os compradores pagavam cerca de R$ 86,00/saca de 60kg, e, neste ano, uma saca de milho sai por R$ 54,33. Os principais responsáveis por essa variação, geralmente, são clima,   oferta e demanda, nacional ou internacional”, explica o especialista Fábio Pizzamiglio.

Foto: arquivo istock

A saca de milho da primeira quinzena do mês deste ano está 37,13% mais barata do que a saca do mesmo período do ano passado e 9,64% mais barata do que no mês de maio, em que o valor era de R$ 60,13/saca. A previsão para o mês de julho é uma saca ainda mais baixa, no valor de R$ 53,23, com uma variação de 0,21% em comparação com os valores juninos. Os valores das sacas foram levantados pelo Cepea.

De acordo com Pizzamiglio, com a alta produção de milho no mercado interno, o país precisa exportar muito mais se quiser atingir um patamar jamais visto: “O Brasil é o único país capaz de produzir três safras em um mesmo ano e precisa utilizar isso a seu favor”, afirma.

“A colheita do milho na safrinha pode ajudar o Brasil a ultrapassar o maior exportador de milho do mundo esse ano, os Estados Unidos”, acrescenta.

O milho safrinha é o grão da segunda safra e detém 70% da produção nacional de milho. Ele é semeado após a safra principal e é feito por agricultura de sequeiro (cultivado em solo seco). A safrinha é plantada entre fevereiro e junho no Nordeste e de janeiro a abril nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A colheita da safrinha já se iniciou em Mato Grosso e no Paraná.

Tendência do Clima

A semana começa com tempo seco e aberto sobre a maior parte do interior do Brasil e com temperaturas baixas sobre o centro-sul, devido ao predomínio de uma massa de ar de origem polar. Porém, o frio tende a perder força nas próximas madrugadas.

As instabilidades mais intensas atuam entre o Norte do país e áreas litorâneas do Nordeste, onde ao longo desta semana são esperadas chuvas mais fortes e frequentes. Os acumulados podem ultrapassar 100 mm até o próximo final de semana em algumas localidades entre o norte do Amazonas, interior de Roraima e noroeste do Pará e entre Sergipe e Alagoas.

No centro-sul a tempo volta a mudar na segunda metade da semana. Já entre a terça (20/06) e a quarta-feira (21/06) instabilidades devem avançar pelo Sul do Brasil. Na quarta-feira há previsão para chuva generalizada entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sul e oeste Paranaense.

A partir da quinta-feira (22/06) as instabilidades começam a se afastar do Rio Grande do Sul e avançam em direção ao Sudeste e o Centro-Oeste. Entre a quinta e a sexta feira estão previstos volumes expressivos de água entre Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul que devem provocar paralisações nos tratos culturas nas lavouras e nas atividades de colheita do milho segunda safra. Algumas localidades nesses estados podem receber mais de 50 mm até o próximo final de semana.

Durante o final de semana as instabilidades se afastam e o tempo seco volta a ganhar força sobre grande parte do centro-sul do Brasil. Acompanhando a passagem da frente fria se espera um ligeiro declínio das temperaturas sobre o centro-sul do Brasil entre a sexta-feira(23/06) e o final de semana, mas o frio não deve ser tão acentuado como nos últimos dias e não há previsão para ocorrência de geadas. A maior parte da próxima semana será marcada pelo predomínio do tempo seco e gradativa elevação das temperaturas entre o interior da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

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