Nova cultivar de arroz promete suportar altas e baixas temperaturas

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Segundo maior produtor de arroz do Brasil, o estado de Santa Catarina se destaca pela alta qualidade do grão. Fatores que variam desde o clima, modelo de cultivo, extremo cuidado dos agricultores até sementes desenvolvidas especialmente para a região estão entre as características que atribuem a excelência do cereal catarinense.

Os dados são comprovados pela safra finalizada no último mês, que registrou recorde de desempenho, conforme análise do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). A produtividade e o alto padrão, conforme avalia o engenheiro agrônomo e gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Cooperja – associada do Sindicato das Indústria de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) –, Jordanis Hoffmann, são pontos que estão se tornando cada vez mais recorrentes, uma vez que também foram registrados nos dois anos anteriores.

Preparação do solo

A preparação do solo para receber as sementes se mostra tão importante quanto todo o restante do processo. Esse âmbito não diz respeito somente ao nivelamento para a lâmina d’água, mas também ao equilíbrio nutricional da terra e ao manejo fitossanitário. Com o auxílio de técnicos, é possível ficar atento a tais detalhes, traçar diagnósticos e levar soluções, quando necessário.

Além do forte investimento na inovação e tecnologia, conforme conta Hoffmann, os produtores estão trabalhando cada vez mais nas análises de indicadores de fertilidade e outras substâncias que agregam na qualidade final, como os níveis de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre, magnésio e outros micronutrientes.

“São diversos detalhes que merecem atenção para que pragas e doenças não desqualifiquem e prejudiquem o cereal. A partir dessa parceria de especialistas com os próprios agricultores, torna-se possível a concepção de um produto de alta qualidade”, complementa.

De boas sementes, ótimos grãos

Tudo começa com as sementes, desenvolvidas especialmente para o solo catarinense. Estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), mostram que as cultivares são elaboradas para máxima adaptabilidade e, consequentemente, rendimento nas lavouras. Recentemente, a instituição lançou a sua 34ª semente, que promete suportar temperaturas extremas, tanto altas quanto baixas.

A criação desses grãos, na visão do engenheiro agrônomo e gerente de Sementes da Cooperja, Célito Mezzari, traz um ganho genético a cada lançamento.

“A partir de novos estudos, os produtores têm acesso a cultivares com maior resistência a pragas e doenças e o consumidor também será beneficiado com um produto de maior qualidade, valor nutricional, dentre tantos outros benefícios”, frisa Mezzari. 

Além disso, outro fator que também favorece boas características da safra catarinense é a utilização de sementes certificadas. Ou seja, ao invés do produtor pegar o grão semeado e plantar novamente, ele prioriza aquelas distribuídas por empresas especializadas em sementes. Desta maneira, diminuem as chances da perda de qualidade e de características próprias do cereal.

Modelo de cultivo diferenciado

Para o cereal apresentar tais características que agradam tanto o consumidor final quanto as indústrias que o beneficiam, o processo tem início nas lavouras. No caso de Santa Catarina, com início da plantação em meados de agosto, o modelo de cultivo adotado por quase 80% dos agricultores é o pré-germinado, um diferencial da produção catarinense.

O modo de plantio, que é mais comum no estado, é desconhecido por muitas pessoas e difere do tradicional. Aqueles que adotam esse padrão, inicialmente, deixam a semente imersa na água por determinado período e, depois, expõem os grãos no sol. Apenas após a radícula (pequena raiz) aparecer é que os produtores as germinam nas lavouras. Por serem distribuídas em uma lâmina d’água, ocorre à prevenção de ervas daninhas e, em alguns casos, torna-se possível diminuir o uso de defensivos.

O zelo dos agricultores e indústrias

Neste ano, a área plantada ficou em torno de 147 mil hectares no estado, conforme números levantados no último Boletim Agropecuário da Epagri. O montante é menor quando comparado ao estado que mais produz arroz. No entanto, este é justamente o motivo que faz com que os agricultores tenham zelo por cada centímetro lavoura. Desta forma, a partir de uma extensão mais reduzida, tendo em mente que cada produtor rural planta, em média, 45 hectares, torna-se possível à dedicação intensa em todo o território.

Em Santa Catarina existe uma busca constante em aprimoramento de técnicas, por meio das capacitações, bem como o uso racional dos recursos naturais. “O manejo e capricho se supera ano após ano”. O rizicultor catarinense investe constantemente na lavoura, aposta em uma genética qualificada e busca assessoramento técnico.

“Para levar o cereal para todo país, as indústrias especializadas estão apostando em logística, tecnologia e inovação para que os consumidores tenham acesso ao produto de extrema qualidade”, destaca o presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC), Walmir Rampinelli. 

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