Nesta terça-feira (10/10), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgou o primeiro levantamento da safra de grãos. O ciclo 2023/24 poderá chegar a uma produção de 317,5 milhões de toneladas. A estimativa sinaliza um ligeiro decréscimo em comparação à temporada passada, influenciada pela perspectiva inicial de diminuição na produtividade média, uma vez que há indicativo de leve crescimento na área total semeada, que deverá ultrapassar os 78 milhões de hectares.
“Ao que as projeções apontam, teremos, pelo menos, a segunda maior safra da história do Brasil. É preciso acompanhar o desenvolvimento das culturas e os ajustes que realizaremos ao longo da temporada, que podem fazer com que a produção desta safra supere inclusive a da safra passada. No entanto, mesmo que não seja um novo recorde, temos a expectativa de uma boa colheita”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Arroz
Entre as principais culturas acompanhadas, o arroz apresenta, inicialmente, estimativa de incremento, tanto na área plantada, quanto na produtividade média, resultando em uma expectativa de produção na ordem de 10,8 milhões de toneladas, o que representa incremento de 7,7% em comparação ao volume colhido na safra 2022/23.
Feijão
A Conab também prevê uma recuperação de área para o feijão, podendo atingir 2,78 milhões de hectares, somando-se os três períodos de cultivo dentro do ano-safra. O plantio da primeira safra da leguminosa já está em andamento, com 61% da área estimada já semeada no Paraná, 32% em Santa Catarina, 34% no Rio Grande do Sul e 30% em São Paulo. A expectativa para a produção total da cultura é de 3,1 milhões de toneladas, crescimento de 0,8% em relação à temporada anterior caso o resultado se confirme ao final dos 3 ciclos.
Soja
Para a soja, principal grão cultivado no país, as estimativas são de crescimento tanto na área como na produtividade, mas em uma velocidade menor que o registrado no último ano-safra. Com uma área prevista de 45,18 milhões de toneladas e uma produtividade média inicial estimada em 3.586 quilos por hectare, a produção deve alcançar um pouco mais de 162 milhões de toneladas. Se confirmado o resultado, o volume a ser colhido será um novo recorde para a cultura. O plantio da oleaginosa segue um bom ritmo no Paraná, com 20% da área já semeada. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul o percentual de área cultivada atinge 19,1% e 8% respectivamente.
Milho
As estimativas apontam para uma redução de 4,8% na área plantada, projetada em 21,19 milhões de hectares, e de 4,9% na produtividade média, chegando a 5.636 quilos por hectare. O cultivo do cereal no primeiro ciclo já teve início nos três estados da região Sul do país. Diante deste panorama, a produção total esperada para o cereal na safra 2023/24 é de 119,4 milhões de toneladas frente às mais de 130 milhões de toneladas colhidas no ciclo passado.
Algodão
Para o algodão, a primeira previsão indica crescimento de 2,9% na área a ser semeada da fibra, totalizando 1,71 milhão de hectares, e estimativa de uma produção de pluma em 3 milhões de toneladas.
Tendência do Clima
Nesta semana o destaque é volta da chuva forte sobre o Sul do Brasil. A partir da quarta-feira (11/12) chove forte sobre os três estados da Região. Entre a metade norte do Rio Grande do Sul e o Paraná pode chover mais de 100 mm em algumas localidades. Na sexta-feira (13/10), as instabilidades diminuem e a frente fria associada a área de baixa pressão atmosférica deve avançar pela costa Sudeste provocando alguns episódios isolados de chuva entre o interior do Sudeste e do Centro-Oeste. As chuvas não devem ser homogêneas e volumosas, por isso não devem provocar grandes variações de umidade no solo nessas regiões.
Entre domingo (15/10) e o início da próxima semana novas instabilidades voltam atingir o Sul do Brasil. Entre os dias 16 e 20/10 o tempo fica instável, com chuvas moderadas entre a Região Sul e áreas mais ao sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Enquanto isso, a maior parte do Sudeste e do Centro-Oeste e principalmente a fronteira agrícola do Matopiba vão continuar sob predomínio do tempo seco ao longo dos próximos 10 dias.
Na região Norte são esperadas chuvas mais generalizadas sobre o meio oeste da região, mas sobre Rondônia os episódios serão muito pontuais e com baixos volumes de água. O padrão de distribuição da chuva deve mudar na última dezena de outubro, quando o avanço de uma frente fria deve ajudar a espalhar chuvas de forma mais generalizada entre o interior do Sudeste e do Centro-Oeste.
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