A mudança no hábito do brasileiro, de levar flores aos cemitérios para homenagear seus familiares e amigos no Dia de Finados, traz uma nova realidade ao mercado brasileiro de flores e plantas. Antes considerada a segunda melhor data para o setor, hoje, Finados ocupa a 6ª posição em volume de produtos comercializados ao longo do ano, mas ainda assim representa 3% do faturamento anual, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura – Ibraflor.
No Ceaflor, o mais completo entreposto de flores, plantas e acessórios para floricultura e paisagismo do país, a oferta de produtos se mantém estável, quando comparada com 2022, mas representa um aumento de 30% no volume dos produtos tradicionais para a data, como crisântemo, mini crisântemo, kalanchoe e kalandivas.
Outro ponto que vem alterando a sazonalidade e volume dos produtos é o clima. Como o calor já vem forte há algum tempo e algumas espécies anteciparam a florada, hoje aparecem outras opções para Finados, como é o caso das gérberas.
“Um dos maiores desafios para os produtores são os intempéries climáticas e as mudanças na temperatura, pois isso dificulta o planejamento do plantio e o cronograma de entregas de produtos, o que acaba por impactar em preços, tanto para baixo como para cima”, comenta Antonio Carlos Rodrigues, presidente do Ceaflor.
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Para Finados 2023, os produtores do Ceaflor optaram por plantar e oferecer a mesma quantidade de produtos de 2022 e, praticamente, não aumentaram os preços, mas relatam que os varejistas estão comprando devagar, pois temem ficar com produtos no estoque. “No ano passado, Finados não foi bom para a floricultura por diversos fatores, principalmente porque caiu numa quarta-feira e, no fim de semana anterior, quando possivelmente haveria a maior demanda, aconteceu o segundo turno das eleições. Agora, estão cautelosos”, destaca Rodrigues.
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