Calor e pouca chuva impulsionam ataques de lagartas na soja

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Em algumas regiões brasileiras, a semeadura da soja está em andamento, mas em outros estados a cultura já está em fase mais adiantadas de desenvolvimento. O produtor rural está no campo de olho no monitoramento das pragas e doenças pressionadas pelas condições de ambiente e clima.

No início de novembro, estivemos em Santa Mariana na propriedade da família Rossato e já conferimos de perto o monitoramento das mariposas através das armadilhas instaladas no campo. Veja aqui

Os produtores estão preocupados já que existe uma pressão do clima que acaba favorecendo o aparecimento das pragas. De acordo com o engenheiro agrônomo Daniel Dias Rosa, mestre em fitopatologia e doutor em proteção de plantas, o produtor deve estar em alerta neste período, principalmente onde há registro de pouca chuva e calor extremo já que essa condição acelera demais o ciclo de pragas.

Custos devem aumentar

Doutor em entomologia Eduardo Moreira Barros, avalia igualmente que a safra será favorável ao desenvolvimento de lagartas. “Tivemos chuvas espaçadas, germinou muita planta daninha, muita planta tiguera, então existe boa oferta de hospedeiros alimentares para lagartas, antes da época.”

Com o clima favorável para a proliferação de lagartas, os custos para o produtor devem aumentar. “Mesmo com mais investimento, mesmo o produtor segurando para plantar, lagartas estão presentes mais cedo”, diz Moreira Barros.

“Atribuo esse cenário à chuva antecipada e à temperatura mais elevada. O inseto encontra o que comer e o calor extremo acelera seu metabolismo. Tenho rodado lavouras em fase de V1 e V2 e em quase todas as áreas há lagartas”, alerta Barros.

Monitoramento e plantas “tiguera”

O momento é de favorabilidade para as lagartas. O produtor deve investir no monitoramento das lavouras. “O monitoramento bem-feito começa antes do plantio. Na opinião de Barros, é necessário estar atento na escolha de produtos específicos ao controle das lagartas identificadas em cada propriedade.

“Há boas soluções para Helicoverpa, para Spodoptera. Nesse período quente e seco, os baculovírus associados aos inseticidas químicos são um posicionamento correto”, recomenda Moreira Barros que também é consultor.

Eduardo Barros chama a atenção ainda para a importância do manejo do milho tiguera. “Deve ser controlado por ser um grande potencializador de lagartas. Se o controle não for feito, na soja as lagartas surgirão maiores. A soja nasce e as lagartas cortam cinco, seis, dez plantas, esse é o grande problema, sem contar que elas podem danificar a parte área de plântulas recém-estabelecidas”, resume o consultor e pesquisador.

Tendência do Clima

No decorrer da segunda metade desta semana as instabilidades tendem a avançar para a metade norte do Brasil e a partir da sexta-feira (01/11) as chuvas tendem a ganhar força sobre grande parte do Centro-Oeste e áreas mais ao norte de Minas Gerais e no Espírito Santo.

Nestas áreas as chuvas tendem a ocorrer de forma irregular, mas os volumes podem variar de 30 a 50mm em diversas localidades, favorecendo o aumento da umidade do solo para o plantio e desenvolvimento da soja.

Na segunda semana de dezembro as chuvas voltam a reduzir sobre a metade norte do País. No Centro-Oeste os episódios de chuva tendem a acontecer, mas de forma isolada e com baixos acumulados.

Temperatura

O tempo continua abafado sobre a maior parte das regiões, mas com o aumento das instabilidades sobre o interior do Brasil, não são esperados extremos de temperatura máxima como vinha ocorrendo na primeira quinzena do mês. Ao longo desta semana as temperaturas mais elevadas são esperadas sobre o Centro-Oeste, onde a máximas devem ficar acima dos 35°C em muitas localidades.

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