Colheita da soja avança no RS, mas rendimentos apresentam variação

CompartilharsocialIconsocialIconsocialIcon

Na Fronteira Oeste, em Maçambará, 8% da soja foi colhida, mas as produtividades estão extremamente baixas, variando entre 360 e 480 kg/ha. Em Santa Margarida do Sul, as primeiras produtividades variam entre 480 e 600 kg/ha. Em São Gabriel, há grande variação de produtividade, desde áreas com rendimentos insuficientes para cobrir os custos de colheita até talhões com produtividades dentro da normalidade. As perdas no município são estimadas em 40%, de acordo com a Emater/Ascar-RS.

Na Campanha, as precipitações na primeira quinzena de março foram insuficientes e resultaram no reaparecimento de sintomas de estresse hídrico, como murcha das plantas nos períodos mais quentes e abortamento de folhas e vagens. As perdas podem se acentuar, especialmente nas lavouras tardias, que ainda estão em transição da fase final de floração para o início da formação de vagens e grãos. Já nas áreas mais adiantadas, o impacto tende a ser menor, mas poderá ocorrer encurtamento do ciclo e redução no peso dos grãos.

Em Hulha Negra, as lavouras implantadas no início de novembro encontram-se no final do enchimento de grãos. A produtividade estimada está dentro da média histórica, apesar das perdas no terço inferior das plantas, decorrentes do estresse hídrico de janeiro, que causou intensa queda de flores, vagens e folhas. Contudo, as lavouras se recuperam bem em razão da regularidade das chuvas de fevereiro.

Os produtores planejam a aplicação de dessecantes nesta última semana de março para uniformizar a maturação e mitigar o impacto de plantas daninhas, que podem dificultar a colheita e aumentar os descontos por impurezas na entrega da soja às cerealistas.

Veja como fica a previsão para os próximos dias no Rio Grande do Sul

Nesta terça-feira (25/03), a frente fria se afasta em alto mar, mas o fluxo de umidade ainda mantém a condição de chuva sobre o Rio Grande do Sul. O dia permanece instável com sol entre nuvens, ar abafado e condições de pancadas fortes de chuva no centro-leste e sul gaúcho. Atenção para o litoral do estado e região do Chuí. O dia começa sem chuva, mas, com muita nebulosidade na grande Porto Alegre. Algumas pancadas mais isoladas e rápidas podem ocorrer durante a tarde na capital gaúcha, mas, sem alerta de temporais. Demais áreas do oeste e sudoeste do estado, com sol, algumas nuvens passando ao longo do dia, mas, tempo firme. Na serra, o tempo permanece instável com sol, aumento de nuvens e chance de pancadas irregulares com moderada a forte intensidade e risco de raios e ventos de até 70 km/h; o calor reduz, mas a sensação de abafamento continua.

TENDÊNCIA

Na quarta-feira (26/03), chance de pouca chuva no oeste gaúcho e no litoral norte. Tempo mais aberto sobre a região central, sul e norte do estado. Chance de algum chuvisco durante a madrugada em Porto Alegre. Na serra, pode chuviscar durante a madrugada e o dia começa com muita nebulosidade. O tempo abre já no decorrer do fim da manhã e as temperaturas sobem de maneira gradativa. Não há previsão de chuva durante a tarde/noite de quarta-feira. 

Foto: Getty Images – Colheita da soja avança no campo

Condições da soja em outras áreas do estado gaúcho

Ainda de acordo com a Emater/Ascar-RS, em Caxias do Sul, ainda há disponibilidade de umidade residual no solo para o desenvolvimento das plantas. Em Erechim, 75% das lavouras estão em enchimento de grãos e maturação; 25% foram colhidas. A produtividade média está próxima a 2.500 kg/ha, representando redução de 33% em relação à estimativa inicial de 3.600 kg/ha. Os municípios mais impactados pela quebra de safra são: Campinas do Sul (1.400 kg/ha), Floriano Peixoto (1.650 kg/ha), Ponte Preta (1.800 kg/ha), Erval Grande (1.800 kg/ha) e Benjamin Constant do Sul (1.800 kg/ha).

Em  Federico Westphalen, 2% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo; 33% em florescimento e enchimento de grãos; 50% em maturação; e 15% colhidos. As estimativas indicam produtividade média de 2.750 kg/ha. Em Ijuí, nas áreas em colheita (7%), há ampla variação nos rendimentos. Na Região Colonial de Ijuí, a produtividade varia entre 480 e 1.700 kg/ha.

No Alto Jacuí, estão em colheita os cultivos semeadas no início do zoneamento. A baixa precipitação dos últimos dias tem impactado negativamente as plantas em enchimento de grãos. Em Passo Fundo, 60% das lavouras estão em formação de vagens e enchimento de grãos; 15% em maturação fisiológica; e 25% em colheita ou prontos para serem colhidos. A produtividade, inicialmente estimada em 3.670 kg/ha, está em 2.552 kg/ha.

Em Pelotas, a colheita está em fase inicial, em apenas 1%, em Arroio Grande, Canguçu, São José do Norte e São Lourenço do Sul. Nas áreas remanescentes, 63% das áreas estão no estágio de enchimento de grãos; 22% em floração; 14% maduros e prontos para colheita. As perdas de produtividade variam entre 20% e 40% em relação à expectativa inicial. Porém, em algumas localidades, as lavouras devem superar as expectativas, atingindo rendimentos de até 3.600 kg/ha.

Em Santa Maria, a produtividade estimada está próxima a 1.800 kg/ha. A colheita avançou e entre 10% e 15% das lavouras foram colhidas. À medida que o processo avança, confirmam-se as perdas. Em São Francisco de Assis, a área colhida alcança 30%; em Silveira Martins, 25%; e em Tupanciretã, 12%. A expectativa é de que as lavouras semeadas mais tardiamente apresentem melhor desempenho, ajudando a amenizar os prejuízos. No entanto, a falta de chuvas pode comprometer, ainda mais, os rendimentos médios obtidos até o momento.

Em Santa Rosa, 3% das áreas estão no estágio vegetativo, 8% em floração, 60% em enchimento de grãos, 27% na maturação, e 2% colhidos. Nas primeiras áreas colhidas, os rendimentos variam de 1.000 a 1.500 kg/ha, e a estimativa de produtividade regional foi reduzida para 1.743 kg/ha.

Em Soledade, a colheita atingiu 10% nos cultivos precoces, com produtividade variável, dependendo dos volumes de chuva recebidos durante o ciclo. Em diversas áreas, os grãos colhidos apresentam aspecto esverdeado, característico de lavouras que foram dessecadas para uniformizar a maturação. As cultivares de ciclo médio, semitardio e tardio seguem em desenvolvimento: algumas em formação de vagens; outras definindo o peso dos grãos. Embora o teor de umidade do solo esteja satisfatório, chuvas adicionais são necessárias para evitar perdas.