Paraná decreta emergência hídrica: milho e feijão registram expressivas perdas

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O governo do Paraná publicou nesta quinta-feira (22/05), o Decreto nº 10.047, que declara situação de emergência hídrica em importantes regiões produtoras do Estado. A decisão atende a um ofício encaminhado pelo Sistema FAEP, que alertava para a persistência da estiagem e solicitava providências diante da falta de chuvas desde dezembro de 2024.

A medida contempla principalmente as regiões noroeste, norte central, centro-ocidental, norte pioneiro e o extremo oeste, onde os impactos do clima são mais severos. O decreto viabiliza a renegociação de dívidas dos produtores rurais prejudicados pela seca. Milho e feijão que ainda estão em campo também já registram perdas expressivas.

“Como representantes dos produtores, estamos constantemente levando suas demandas ao poder público, buscando soluções para os desafios climáticos que afetam a produção”, disse o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

O documento enviado pelo Sistema FAEP à Secretaria de Agricultura (Seab), à Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e à Casa Civil reforça que as condições que motivaram um decreto semelhante em setembro de 2024 ainda persistem. Naquele período, além das perdas nas lavouras, também houve registros de incêndios em áreas rurais.

Milho
Foto: Getty Images – milho

Perdas, prejuízos de milhões e quebra de safra

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a estiagem provocou perdas de 1,3 milhão de toneladas de soja na safra 2024/25, com prejuízo estimado em R$ 153 milhões. A quebra representa 5,3% da produção estadual, chegando a 24,7% na região noroeste.

Para que os produtores possam ter acesso à renegociação de dívidas, os municípios atingidos devem aderir ao decreto estadual. Essa adesão é feita pelas prefeituras, por meio da Defesa Civil local.

“É fundamental que nossos sindicatos rurais procurem as prefeituras para garantir essa adesão. Assim, os produtores que enfrentam perdas poderão formalizar o processo de renegociação dos seus compromissos financeiros”, orienta Meneguette.