Cuidados com o granizo na lavoura

CompartilharsocialIconsocialIconsocialIcon

Na noite de quarta-feira da semana passada, 14, a Serra Gaúcha, entre outras regiões do Rio Grande do Sul, foi acometida por chuva de granizo de uma tal intensidade, que gerou graves prejuízos, tanto no meio urbano como no rural, fato reportado mesmo pela imprensa nacional. Abaixo, o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, pesquisador Lucas Garrido, ao comentar sobre as perdas sofridas pelos agricultores, apresenta recomendações de práticas a serem adotadas pelos mesmos, visando à reparação – do que ainda é possível, considerando os relatos de perda total – dos danos causados pela intempérie:

“Infelizmente, neste ano que prometia uma das melhores safras da história, chuvas de granizo acabaram com o sonho e esperanças de muitos produtores de uvas, frutas e hortaliças na região da Serra do Rio Grande do Sul. Os danos sofridos nos vinhedos e pomares variaram entre os produtores, muitos dos quais com perdas de até 100%.

A pergunta na cabeça do produtor é: o que fazer agora, nos vinhedos e pomares?

A resposta a esta pergunta vai depender do grau de dano que o vinhedo sofreu.

No caso de danos altos, com perdas próximas a 100%, os produtores deverão efetuar uma poda de formação, igual à efetuada no inverno passado. A seguir, efetuar aplicação com fungicidas de contato, para a proteção dos ferimentos e cicatrização daqueles decorrentes do granizo. Uma nova adubação é necessária, para que a planta tenha nutrientes suficientes para a brotação e acumulação de novas reservas, pensando-se na próxima safra.Já para os vinhedos/pomares que apresentaram um grau menor de dano, a recomendação é a aplicação de fungicidas de contato, para proteção dos ferimentos ocasionados pelo granizo. As frutas danificadas (pêssego e caqui, entre outras) devem receber também uma ou duas pulverizações com fungicidas de contato, para evitar que fungos ocasionem o apodrecimento das mesmas, a partir dos ferimentos.

É importante a manutenção de pulverizações com fungicidas nos vinhedos e pomares, para que as plantas possam manter as folhas e novas brotações com boa sanidade. Sem a produção de novas brotações e folhas, a videira estará mais sujeita a não entrar adequadamente em dormência no próximo inverno, o que poderá aumentar os problemas de mortes de plantas pelo escurecimento da casca.

Em caso de qualquer dúvida, os produtores deverão consultar os técnicos da extensão rural, vinícolas ou cooperativas”.