O estado de Goiás já começa a sentir os primeiros efeitos das fortes chuvas que têm atingido a região agrícola nos últimos dias. A preocupação maior é com o feijão. As condições climáticas do Brasil se refletem nos preços da cultura, já que o mercado de commoditeis agrícola é integrado. A escassez água na região Sul do País e o excesso de chuvas no Centro-Oeste prejudicam a produtividade do grão.
O produtor, está comercializando a saca de feijão de 60 quilos por R$ 124. Há 20 dias esse valor era em torno de R$ 90. Esse aumento não significa que o produtor está recebendo mais pelo grão, visto que com o excesso de chuvas ele perde qualidade e produtividade. Mas um levantamento informal mostra que o consumidor está pagando cerca de 20% a mais pelo produto das gôndolas dos supermercados, principalmente, para o grão do tipo Carioca. Em Goiás, a região do Entorno do Distrito Federal é a maior produtora de feijão. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ao todo, o Estado produz 245 mil toneladas do produto. São 103 mil hectares de área plantada com feijão de todos os tipos.
Se as chuvas continuarem nos próximos 10 dias, mais prejuízos devem ser registrados. Outra preocupação é com a soja, que corresponde cerca de 50% da produção agrícola do Estado, representando mais de oito milhões de toneladas. Segundo o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para a área de cereais, fibras e oleaginosas, Leonardo Machado, a colheita da soja em Goiás começa nos meses de fevereiro e março. Se a leguminosa permanecer, por muito tempo, a espera do período de estiagem para ser colhida, poderá perder qualidade e produtividade, alerta.
Mas há uma boa notícia, pelo menos para este final de semana. A zona de convergência do Atlântico Sul começa a perder intensidade e a previsão do Sistema de Meteorologia para os próximos dois dias é de diminuição da chuva em todo o Estado.