Clima afeta produção de cana-de-açúcar no interior paulista

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A produção da cana-de-açúcar poderá sofrer uma queda devido ao clima frio que se instalou nas regiões produtoras. Os municípios do interior de São Paulo, Araçatuba e Assis, uns dos principais produtores de cana do Estado, já sentem essa baixa no rendimento da cultura. Segundo Plinio Nastari, presidente do DATAGRO, uma das maiores consultorias agrícolas do mundo, a safra 16/17 iniciou oficialmente no Centro-Sul em abril. “Entre março e o início de maio, as chuvas ficaram abaixo da média em varias micro-regiões canavieiras, o que resultou em internódios mais curtos na cana, que prenunciam produtividade menor para a produção a ser colhida no final da safra”, explica.

 

Abril até começou positivo para os produtores, com domínio de sol e calor em todo o Estado, inclusive nas principais regiões produtoras. Porém, as condições meteorológicas mudaram no decorrer do mês, como explica Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo. “Desde o fim de abril, um bloqueio que mantinha as temperaturas altas foi rompido e as frentes frias voltaram a avançar pelo Estado”.

 

O engenheiro agrônomo da Associação de Araçatuba, Alexandre Campos, explica os fatores ideais para o cultivo da cana-de-açúcar. “A cana precisa de radiação solar, temperatura e água para se desenvolver. A chuva entre 1100 a 1500 mm é adequada se a distribuição for certa nos meses de crescimento vegetativo seguido por um período de amadurecimento”, afirma o agrônomo.

 

O mapa de 15 dias abaixo mostra a quantidade de chuva prevista para a primeira quinzena de Junho. Observe que áreas em verde escuro sobre o estado de São Paulo mostram um volume de chuva entre 100 e 200mm.

 

 

Alta nos combustíveis

 

O clima e a possibilidade de baixa na safra já começam a mostrar seus efeitos. De acordo com dados da equipe de etanol do CEPEA, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o mês de maio foi marcado por altas nos preços dos etanóis anidro e hidratado no estado de São Paulo.

 

“No final de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidrato registrou alta de 9,8% em relação a abril. Enquanto o Indicador semanal CEPEA/ESALQ do anidro combustível teve uma elevação de 4,6% no acumulado do mês”, explica a equipe.