Capim amargoso pode causar perdas de até 60% na produção de soja

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Todos os anos os produtores de grãos enfrentam problemas relacionados às plantas-daninhas, que atrapalham a produtividade e trazem prejuízos financeiros. Dentre as mais prejudiciais está a Digitaria insularis, mais conhecida como capim amargoso, que pode produzir até 100 mil sementes nos períodos mais quentes do ano. A planta cresce rapidamente e tem alto potencial de adaptação. Para piorar, a espécie tem se tornado resistente ao principal herbicida usado pelos produtores: o glifosato.


O capim amargoso é uma planta perene, ou seja, nasce durante o ano todo, e pode ser encontrado em quase todas as áreas do país. “É a pior planta daninha da cultura de grãos, especialmente da soja (…) Em altas infestações a perda pode ser de até 60% da produção, e os agricultores podem ter um gasto de até 200% para combatê-la”, explica Fernando Adegas, pesquisador da Embrapa Soja do Paraná.

Jefferson Malluta, gerente de insumos da Coopa Agrícola de Ponta Grossa, no Paraná, conta que o capim amargoso chegou à região na última safra de verão, mas a produtividade não foi afetada por conta da realização rápida de um manejo no campo. Contudo, os agricultores estão preocupados com a próxima safra “o agricultor está em alerta, ele age na propriedade e faz o manejo químico, que é feito com vários grupos de produtos, para tentar resolver da forma mais rápida possível e não deixar o capim proliferar”, elucida.

As sementes do capim amargoso são espalhadas pelo vento e possuem alto poder germinativo. Uma vez nas lavouras, a planta forma touceiras com cerca de um metro de altura e concorre com a soja, ou outros tipos de culturas, por luz e nutrientes. “Nós temos dificuldade de controlar porque ela tem resistência ao glifosato”, diz Aírton Dalla Santa, da Cooperativa Agroindustrial C. Vale. 

O glifosato é o herbicida mais utilizado. O produto é sistêmico não-seletivo, ou seja, consegue matar qualquer tipo de planta. Por isso, a soja foi geneticamente modificada para sobreviver ao composto em aproximadamente 80% das áreas agrícolas do país.

A partir de 2005 casos de resistência do capim amargoso ao glifosato começaram a ser relatados na América do Sul e o combate ficou mais difícil. Atualmente, a espécie resistente se disseminou por muitas regiões produtoras de soja, o que aumentou o custo de controle e as perdas na produção.

As lavouras que ainda estão a salvo do capim amargoso precisam fazer a prevenção, limpando equipamentos e impedindo que a pequena semente entre na propriedade. Mas para os que já estão na luta contra a planta-daninha, existem alternativas de herbicidas, como a aplicação dos inibidores da ACCase ou, como são conhecidos popularmente, graminicidas.

Quer saber mais? acesse www.fimdoamargoso.com.br