A forte massa polar que atingiu o Sul do Brasil provocou geada em várias localidade da região. Houve registros de geadas de moderada a forte intensidade em diversos municípios gaúchos, catarinenses, paranaenses. Os termômetros em muitos municípios registraram temperaturas negativas, conforme notícias publicadas ao longo desta semana no site.
O fato é que prejuízos serão contabilizados na agricultura. De acordo com o técnico Gian Franco, da área de planejamento da Emater-RS, ainda não há um relatório oficial sobre os prejuízos causados entre segunda-feira (17) e quinta-feira (20) em todo o Rio Grande do Sul. Porém, por experiência e de fatos parecidos ocorridos em outros anos, preliminarmente é possível dizer, que o setor de olericultura gaúcha (verduras e legumes) plantados a céu aberto e mantidos em estufas sem aquecimento foram afetados pela geada forte. A fruticultura dependendo da variedade e espécie pode ter suportado o frio intenso.
Já, o trigo, aveia e cevada em fase de desenvolvimento vegetativo não foram afetados, segundo Franco. Ao contrário, das verduras e legumes, os grãos: trigo aveia e cevada quando submetidos a temperaturas muito baixas e o tempo seco, ocorre uma certa inibição em relação a incidência de fungos, o que é benéfico para a cultura. Segundo o técnico da Emater-RS, outro ponto importante, é que a aste da aveia, da cevada e do trigo obtém um perfilhamento mais intenso , ou seja, a planta perfilha mais. É como se formassem outras espigas na aste.
O agrometeorologista Marco Antônio Santos, apurou que o trigo no oeste do Paraná se encontra em fase fenológica de florescimento e início de enchimento de grãos e por causa do frio intenso pode ter ocorrido quebra de produtividade em muitas localidades.
Em lavouras de milho safrinha, apesar de ocorrerem geadas nas áreas produtoras, o impacto é quase nulo, devido a estágio avançado de maturação na qual se encontram as lavouras.
As temperaturas continuarão baixas, pelo menos até o fim desta semana, já que a massa de ar polar ainda estará atuando sobre o Sul e não dá para descartar novas formações de geadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, avisam os meteorologistas da Climatempo.
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