Texto pelo Agrometeorologista Marco Antônio dos Santos
Uma frente fria que passa sobre a Região Sul, ocasiona chuva sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sobre a faixa leste do Paraná. Nas demais regiões produtoras o tempo segue aberto e sem previsão de chuva.
Há baixa possibilidade de precipitações para os próximos cinco dias sobre as principais regiões produtoras de milho safrinha do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais. Somente após a próxima quinta-feira (10), que um sistema de alto pressão romperá o bloqueio atmosférico e irá permitir que novas frentes frias consigam avançar sobre a Região Sudeste. Assim, as áreas de instabilidade vão se organizar, levando chuva a diversas localidades da região central do Brasil. Até lá, o tempo seguirá aberto e com possibilidades apenas para eventuais pancadas de chuva irregular sobre regiões produtoras de Rondônia, Mato Grosso e de Goiás.
Situação do milho safrinha
As condições ao desenvolvimento do milho safrinha continuarão bastante críticas no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Vale lembrar que o Paraná e o Mato Grosso do Sul são o 2º e 3º maiores produtores nacionais do cereal de 2ª safra. Em outras palavras, como mais de 50% das lavouras já se encontram em fase de florescimento e enchimento de grãos, a quebra no potencial produtivo será bastante significativa, podendo ultrapassar a casa dos 20%, facilmente.
Desse modo, a produção nacional de milho safrinha no Brasil deverá ficar em torno dos 58 milhões de toneladas, com uma quebra de mais de 12 milhões de toneladas em relação à safra passada. O mesmo irá ocorrer com o feijão, porém, as perdas não irão se comparar ao milho, uma vez que há muito feijão irrigado e em fase mais adiantada de desenvolvimento. Mesmo assim, a produção deste ano não deverá atingir os patamares observados em 2017.
Tendência para as lavouras
O retorno das precipitações previsto para a semana que vem, será muito tarde para a maioria das lavouras de milho safrinha recuperarem parte do seu potencial produtivo. Por outro lado, não é esperado nenhum frio intenso para os próximos 15 dias, apenas deverá ocorrer pequenas quedas de temperaturas no final da próxima semana, mas nada que traga prejuízos às lavouras.
Para cana-de-açúcar, apesar do tempo seco estar favorecendo o avanço da colheita à maturação, muitos produtores já começam a ficar preocupados com o rendimento das lavouras que deverão ser colhidas ao longo do 2ª semestre, uma vez que essa estiagem está comprometendo o desenvolvimento delas. Para o café a situação é mais confortável, já que devido ao estágio avançado de maturação dos grãos, a estiagem não ocasiona nenhuma grande perda, apenas acelera a fase de maturação, antecipando a colheita em algumas lavouras.
A chuva frequente que ocorre sobre algumas das principais áreas produtoras da faixa leste do Pará, atrapalha consideravelmente a realização da colheita, bem como a logística. O fato positivo é que a chuva irá começar a dar uma trégua já a partir deste final de semana, permitindo a retomada de todas as atividades de campo, sem grandes transtornos.
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Análise de volume de chuva para a área produtora