O mês de Outubro foi de grande dificuldade para os produtores americanos do Cornbelt. O período de colheita, que geralmente é o mais seco, foi de chuva recorde nessas áreas. Frentes frias conseguiram avançar com força na região, trazendo, além de muita água, temperatura baixa. Com o frio, vieram os episódios de neve e de geada.
O Departamento de Agricultura dos EUA estima que essa seja a colheita com ritmo mais lento desde 2009, especialmente por causa das condições meteorológicas que vêm atrapalhando a safra desde o início. No período do plantio, as chuvas não davam trégua e impactaram bastante. Algumas áreas tiveram a semeadura realizada apenas no início de junho, o que é considerado extremamente tarde.
Segundo a NOAA (Agência de Administração Atmosférica e Oceânica), o mês de maio (início da safra) foi considerado o quarto mais úmido dos últimos 125 anos, perdendo apenas para os anos de 1995, 1943 e 1932. Já no mês de outubro (fim da colheita), algumas áreas fecharam com precipitação 281% acima da média.
Todas essas dificuldades podem afetar diretamente a qualidade dos grãos e, consequentemente, os ganhos dos produtores americanos. Esse cenário pode alavancar uma alta na cotação da soja, o que deve ser benéfico para o produtor brasileiro.
O mês de Novembro será marcado por muito calor e pancadas rápidas de chuva, típicas da primavera. O período úmido se consolida de fato somente na segunda quinzena do mês. Até lá, segue a irregularidade nas chuvas em quase todo o país. No total esperado, a maioria das áreas do território nacional seguirá com chuva abaixo da média para novembro. Porém, é importante lembrar que o volume de chuva médio para essa época é alto, e mesmo a chuva ficando abaixo, os valores previstos não representam estiagem. As temperaturas em todo o país seguem acima da média. A exceção fica por conta do Rio Grande do Sul, que é onde os maiores volumes de chuva serão registrados na primeira quinzena, analisa o meteorologista Filipe Pungirum.
Dezembro continua com a mesma tendência de novembro, muito calor e chuvas abaixo da média, em quase todo o Brasil. Com exceção apenas da Região Sul, onde as chuvas ficam acima da média. Novamente, é importante ressaltar que o volume de chuva esperado para essa época do ano é grande em quase todo o país. Por isso, apesar dos valores inferiores à média climatológica, há condição para os típicos temporais de fim de tarde, que assolam bastante o Sudeste. Alguns episódios têm potencial para grandes transtornos nas capitais do Sudeste, avisa Pungirum.
Em Janeiro, a configuração na alta atmosfera estará consolidada e há plenas condições para a formação de grandes corredores de umidade. Sendo assim, a expectativa é de que a chuva fique acima da média em toda a faixa que vai desde o norte do país, passa por parte do Centro Oeste e chega ao Sudeste. Serão dias consecutivos com bastante nebulosidade e chuva, deixando sensação de abafamento. Pela cobertura de nuvens, há expectativa de temperaturas abaixo da média em grande parte dessas áreas, finaliza o meteorologista.