Umidade do solo elevada suspende trabalhos no campo

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A última semana foi de chuva muito intensa entre o nordeste de Minas Gerais, norte do Espírito Santo e extremo sul da Bahia. Em Itamaraju (BA), as áreas produtoras de café foram bastante afetadas. Além da tragédia que acometeu o sul da Bahia, a chuva constante mantém elevada a umidade do solo e impede as atividades de campo no oeste da Bahia, sudeste de Tocantins e nordeste de Goiás.

 

Seca no Sul 

Por outro lado, os últimos sete dias foram bem mais secos e quentes que o normal desde o noroeste do Rio Grande do Sul até o Cerrado de Minas Gerais, sudoeste de Goiás e sul de Mato Grosso. A umidade do solo está bem abaixo do ideal para o desenvolvimento agrícola em boa parte do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, oeste de Santa Catarina e sudoeste de Mato Grosso.

 

No Rio Grande do Sul, o plantio de soja avança mais lentamente pela baixa umidade do solo. No milho, há perdas irreversíveis pela estiagem nas regiões de Ijuí, Santa Rosa, Erechim, Passo Fundo, Frederico Westphalen, Porto Alegre, Santa Maria e Lajeado. No Paraná, o milho também sente a estiagem.

 

De acordo com o Departamento de Economia Agrícola (Deral), a quantidade de lavouras em boas condições diminuiu de 95% para 90%. A situação é mais crítica no oeste e noroeste do Estado. Além de milho e soja, áreas da primeira safra de feijão da Região Sul sentem a diminuição da chuva. Para finalizar a parte de perdas, a Conab também indica perdas na soja e milho do oeste de São Paulo pela falta de chuva e pelo calor intenso.

95% da soja no Brasil já foi semeada. Em Mato Grosso, mais de 40% das áreas estão em fase reprodutiva. Pouco mais de 80% do arroz foi semeado no Brasil. Se milho e soja vão mal, o arroz se desenvolve muito bem no Rio Grande do Sul.

 

Tendência do clima

 

De acordo com o agrometeorologista Celso Oliveira, a chuva enfraquece no sul da Bahia, mas retorna com mais intensidade entre o domingo (19) e segunda-feira (20/12).

Embora a quantidade de chuva seja bem menor, há risco de novos transtornos pela infraestrutura abalada pela tempestade da semana passada.

No Rio Grande do Sul, uma frente fria causa chuva forte na Campanha, região de Bagé, mas a tendência é de menor quantidade de chuva a partir desta terça-feira(14/12) sobre o Paraná, Santa Catarina e metade norte do Rio Grande do Sul. A precipitação sobre a Região Sul, embora aumente a umidade do solo em todos os municípios nesta semana, não será suficiente para pôr fim à estiagem. Além do mais, a partir da quinta-feira (16/12), há previsão de temperaturas máximas próximas aos 40°C ao longo da fronteira com a Argentina, fazendo com que a pouca chuva que caia se perca rapidamente por evapotranspiração.

Sudeste

 

A semana de 13 a 18 de dezembro, também será marcada por chuva forte sobre as Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Nesta terça-feira (14), o acumulado será mais elevado nas áreas de café da Mogiana e do sul de Minas Gerais, além de áreas de arroz do Vale do Paraíba e no sul do Rio de Janeiro.

 

Centro-Oeste

Na quarta-feira (15), será a vez da divisa tríplice de Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso receber elevado acumulado de chuva. Em sete dias, estimam-se mais de 100mm na Alta Mogiana, sul, centro e oeste de Minas Gerais, norte de Mato Grosso do Sul, leste e sul de Goiás, boa parte de Mato Grosso, sul do Pará e litoral norte do Amapá. E junto com a chuvarada, esperam-se dias nublados e temperaturas máximas baixas em boa parte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste, inviabilizando os trabalhos de campo.

 

Reposição de umidade no noroeste paulista 

Apesar dos dias mais nublados, produtores de São Paulo e Mato Grosso do Sul não terão do que reclamar com a boa reposição de umidade no solo. O noroeste paulista terá uma reposição de mais de 30 pontos percentuais em apenas uma semana.
Entre os dias 20 e 26 de dezembro, além do retorno da chuva forte no sul da Bahia, as precipitações serão intensas sobre Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, novamente com acumulado acima dos 100mm em sete dias. No litoral do Amapá, a Zona de Convergência Intertropical irá provocar a formação de nuvens de chuva com acumulados de mais de 150mm. Por outro lado, boa parte da Região Sul receberá menos de 20mm.

Entre 28 de dezembro e 10 de janeiro, apesar da chuva mais intensa permanecer sobre as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, percebe-se um aumento da precipitação sobre a Região Sul, além do Paraguai, Argentina e Uruguai. Trata-se de uma tendência que prosseguirá até o fim de janeiro, mas que chegará tarde para áreas de milho e feijão instaladas de forma mais precoce na Região Sul.

 

Como planejar uma safra e monitorar sua fazenda?

 

Otimizar o plantio, ficar de olho no Clima para avançar com os trabalhos no campo e observar o desenvolvimento da cultura para evitar perdas são algumas das decisões que você produtor rural precisa tomar durante a safra. 

 

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