Foto: istock
De acordo com a Conab, a situação é cada vez mais crítica para a primeira safra de milho pela falta de chuva no Rio Grande do Sul (Santa Rosa, Lajeado/Estrela e Santa Maria) e em Francisco Beltrão, no Paraná. A soja da Metade Norte do Rio Grande do Sul e do oeste, sul e noroeste do Paraná também sentem a falta de chuva. Produtores do Rio Grande do Sul já encaminham pedido de seguro ao Proagro.
O feijão do Paraná também sente a estiagem, embora 75% ainda estejam em boas condições, de acordo com o Deral.
Na Metade Norte do Brasil, o desenvolvimento das lavouras avança sem grandes problemas, já que a chuva vem caindo com frequência. Um problema é a baixa estatura das plantas por conta da pouca insolação das últimas semanas. Além disso, algumas atividades de manutenção estão atrasadas pela precipitação frequente.
Previsão de chuva e temperatura nos próximos dias
As tempestades voltam ao sul da Bahia nesta semana. Até o domingo, estimam-se até 250mm em áreas de cacau, café e pastagens e em municípios que já foram muito afetados pela chuvarada, como Itamaraju-BA. Além disso, também choverá intensamente (até 250mm) sobre a área irrigada da Chapada Diamantina (batata), frutas do Vale do São Francisco (uva, manga e banana), grãos do oeste do Estado, além do sul do Piauí e do Maranhão, nordeste de Minas Gerais, norte e sudoeste de Mato Grosso, norte de Goiás e Estado de Tocantins.
A chuva mantém elevada a umidade do solo e garante o desenvolvimento das culturas, mas também aumenta a incidência de doenças, como a Mancha Alvo da soja, além de atrapalhar as atividades da manutenção de diversas lavouras.
Mancha alvo já está incidindo na soja safra 2021/22
Estiagem
Por outro lado, a semana será com pouca chuva no Sul, São Paulo e algumas áreas do sul de Minas Gerais e de Mato Grosso do Sul. A estiagem continua afetando o desenvolvimento do milho e da soja sobretudo do Rio Grande do Sul e do Paraná.
Entre os dias 27 de dezembro e 02 de janeiro, a chuva enfraquecerá sobre o sul da Bahia, mas prosseguirá sobre o Matopiba, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Mais uma vez a Região Sul, o oeste de São Paulo e o sul de Mato Grosso do Sul passarão por um período com tempo seco e temperaturas elevadas.
Apesar dos possíveis problemas que serão vistos novamente no sul da Bahia, na soma de duas semanas, os maiores acumulados serão vistos no noroeste de Minas Gerais, sul do Pará e sudoeste da Bahia, região de Correntina. Estimam-se até 350mm na região de Chapada Gaúcha-MG em 15 dias. Em contrapartida, Quaraí-RS, no oeste do Rio Grande do Sul, receberá no máximo 5mm nos mesmos 15 dias.
Quando volta a chover no Sul?
A previsão de chuva no Sul, mas deve chegar tardiamente para muitas áreas de milho já instaladas na Região. A partir da segunda semana de janeiro, tanto simulações europeias como americanas indicam chuva dentro da média histórica semanal inicialmente para o Paraná, mas dias depois também para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além disso, a segunda quinzena de janeiro será mais seca que o normal em boa parte do Matopiba, Região Norte, Mato Grosso e Rondônia.
Verão 2022
A chuva vai mudar de posição no início de 2022. Os locais que vêm recebendo chuva forte e frequente na primavera não receberão precipitações tão intensas no verão. Além disso, parte da Região Sul também verá diminuição da estiagem, embora culturas como a primeira safra de milho já tenham se perdido.
O fenômeno La Niña prosseguirá e seus efeitos ainda serão vistos no Norte e Nordeste com chuva acima da média e, no Rio Grande do Sul, com chuva abaixo da média no primeiro trimestre de 2022.
Porém Santa Catarina, Paraná e boa parte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste verão uma situação diferente. Há previsão de chuva acima da média em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Por outro lado, partes de Mato Grosso, Goiás e de Minas Gerais receberão menos chuva que o normal entre janeiro e março de 2022.
“Importante salientar que a diminuição da chuva nos três Estados até poderá ajudar a agricultura, já que o período será de colheita da primeira safra e instalação da segunda safra. A chuva abaixo da média indica que a chance de invernadas deve diminuir em parte da nova estação”, analisa Celso Oliveira, agrometeorologista.
Em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, o milho já está comprometido, mas a soja ainda está em desenvolvimento, sobretudo em Santa Catarina.
Temperatura
A maior parte do país terá um primeiro semestre com poucas anomalias. O calor será mais intenso que o normal no Rio Grande do Sul. Além disso, pelo excesso de nuvens e chuva, não fará tanto calor no Pará e em Roraima.
Como planejar uma safra e monitorar sua fazenda?
Otimizar o plantio, ficar de olho no Clima para avançar com os trabalhos no campo e observar o desenvolvimento da cultura para evitar perdas são algumas das decisões que você produtor rural precisa tomar durante a safra.
O Agroclima Pro é um serviço de tecnologia da Climatempo que utiliza o conhecimento meteorológico. Com ele você pode acessar o histórico de dados de Clima para sua fazenda e pode detectar áreas com menor vigor vegetativo. Além disso, você fica sabendo como será a demanda hídrica da sua lavoura nos próximos 15 dias e ainda consegue identificar os melhores dias e horários para realizar as pulverizações.
Faça parte da maior comunidade AGRO! O canal oficial da Climatempo no Telegram fornece conteúdos diários e exclusivos sobre o Clima e previsão para a agricultura. Quero fazer parte!