Geada pode ter impacto direto sobre a inflação 

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Foto: Joel Raganin

 

A intensa onda de frio que dominou o Sul, Sudeste e o Centro-Oeste nesta semana com recordes e temperaturas atípicas para o mês de maio acende o alerta para a oferta dos produtos agrícolas no mercado interno.

 

O fator climático preocupa produtores em relação a suas safras e o alimento para os animais no campo. Desde que 2022 começou já foram observados pelo país problemas com estiagem, excesso e falta de chuva, frio e geada. 

 

 

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Foto: Joel Raganin –  Jataí (GO), onde os pastos ficaram cobertos por geada na manhã desta quinta-feira (19/05)

 

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Foto: Joel Raganin –  Jataí (GO), onde os pastos ficaram cobertos por geada na manhã desta quinta-feira (19/05)

  

Para o economista Miguel Daoud, o fenômeno climático pode ter impacto direto sobre a inflação. 

 

“A possibilidade de termos uma quebra na produção de hortifrútis é muito grande. Caso aconteça algo com esses produtos, assim como com o café, isso fará o preço subir, haverá menos produtos disponíveis no mercado, o que irá impactar diretamente na inflação”, afirma. 

 

O efeito da geada nos hortifrútis nos próximos dias

 

Daoud comenta também como a expectativa acaba pautando o comportamento da inflação.

 

“Se você tem uma situação como a possibilidade de quebra de alguns produtos e a oferta diminuir, você já vê o feirante começar a aumentar um pouco o preço dos produtos. A inflação que estamos vivendo depende muito da expectativa dos agentes financeiros”, diz.

 

Choque de oferta pode se acentuar em lavouras de curto prazo

 

Tendência do clima 

 

Na próxima madrugada (21/05), a tendência é de diminuição do frio, segundo o agrometeorologista da Climatempo Celso Oliveira. Não há mais risco para geada em áreas de milho do Paraná. Porém, áreas de hortifruti na região paranaense de Campos Gerais, próximo ao município de Ponta Grossa podem pontualmente registrar o fenômeno. 

 

Apesar do enfraquecimento do ar polar sobre o Sudeste e Centro-Oeste, ainda há potencial para geada de relva em Minas Gerais e São Paulo sem danos às culturas, mas ainda atinge pastagens e gramíneas. Por isso, o produtor deve estar atento ao fenômeno climático.   

 

Chuva à vista

 

No período de 24 a 30 de maio, as simulações mostram uma tendência de chuva para o leste do Nordeste e a volta da chuva para o Rio Grande do Sul. No final do mês, a chuva fica concentrada sobre a Região Sul, associada a uma nova frente fria. São Paulo também deve receber um pouco desta chuva entre o final de maio e início de junho.