No Paraná, a colheita de feijão preto avança nos campos. O clima é favorável. No estado, predomina a participação da agricultura familiar na produção, compondo a renda com outras atividades nas propriedades rurais.
As produtividades obtidas até o momento são consideradas satisfatórias e o produto colhido é de boa qualidade. Mediante as boas perspectivas e com o avanço da colheita, a oferta aumenta.
Foto: Edina Franciosi – Mangueirinha – PR – Colheita de feijão
Alimento básico da população brasileira, o Paraná tem neste ano cerca de 300 mil hectares cultivados com feijão segunda safra. A colheita está em andamento e alcança pouco mais de 20% dessa área, com produtividade superior a 2 mil quilos por hectare, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral).
O último levantamento realizado pelo órgão, indica uma área de 301 mil hectares e uma produção de 605 mil toneladas de feijão. Normalmente, na segunda safra prevalecia o feijão tipo cores, porém nesta safra de 2022 esta situação sofreu uma acentuada inversão. Devido aos preços mais elevados no início do ano, os produtores aumentaram o plantio do feijão preto nas regiões onde tradicionalmente predominava o tipo cores na segunda safra.
A produtora Edina Franciosi, de Mangueirinha (PR) está colhendo o feijão preto segunda safra. A colheita é toda mecanizada em sua propriedade. Utiliza a mesma colheitadeira da soja, mas instalou o kit feijão, para que os grãos não quebrem e obtenha grãos mais limpos.
“Durante a safra choveu bastante e também esfriou em abril, mas no nosso caso não chegou a pegar geada que pudesse comprometer a produtividade. A única coisa é que o excesso de chuvas atrasou o ciclo. Iniciei a colheita no dia 23/05, 15 dias depois do previsto e no momento o clima está colaborando com os trabalhos no campo”, comenta a produtora.
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) emitiu uma nota técnica com orientações aos produtores paranaenses de feijão sobre boas práticas agronômicas na operação de colheita da segunda safra, que se concentra neste período do ano. Conforme o órgão, o correto manejo da cultura no momento da colheita é importante para que o agricultor alcance altas produtividades e ofereça um produto com elevada qualidade culinária e seguro para o consumidor. Esse cuidado se soma à boas práticas agrícolas, como o uso de sementes produzidas dentro do sistema de certificação, variedades adaptadas às regiões produtoras, fertilização correta do solo, manejo adequado do solo e da água e manejo integrado de pragas e doenças.
Preço
Na semana entre 09 e 13 de maio, o produtor recebeu, em média, R$ 206,00/sc de 60kg do tipo preto, queda de 1,4% em relação à semana anterior. Já o feijão de cor, que terá uma oferta menor nesta safra, continua subindo todos os dias, sendo comercializado, em média, por R$ 336,00/sc de 60kg, aumento de 2% frente ao período anterior, de acordo com o último relatório do Deral.
Comparativamente a janeiro de 2022, o preço do feijão preto já reduziu em cerca de 25% e o de cores apresentou uma expressiva valorização de 26%, ou seja, passou de R$266,00/sc para R$ 336,00/sc de 60 kg. Segundo os agentes de comercialização do feijão, estas altas cotações do tipo cores deverão se manter até que um volume maior seja ofertado no mercado, à medida que a colheita for avançando.
Tendência do clima
O destaque desta semana é a Região Nordeste, principalmente a costa leste que tem previsão de chuvas fortes. As simulações indicam acumulados entre 200 e 300 milímetros nas capitais. As áreas produtoras de cana de açúcar, milho, feijão, mandioca, na zona da mata, áreas de sertão e agreste entre Paraíba, Alagoas e Sergipe, também irão registrar chuva. Entre o litoral do Maranhão, Pará e Amapá, a tendência é de manutenção das chuvas fortes, inclusive em propriedades que trabalham com culturas de subsistência.
No Rio Grande do Sul, há expectativa de chuva a partir de quarta-feira na metade sul que avança lentamente pelo estado e alcança Santa Catarina e Paraná no próximo fim de semana. A persistência da chuva no Rio Grande do Sul deve fazer com que as atividades de preparo do solo para a instalação das culturas de inverno seja paralisada. No último domingo do mês (29/05), a chuva chega ao estado de São Paulo.
Temperatura
Nos próximos dias, há uma tendência de elevação da temperatura, mesmo que de forma lenta pelo Brasil. A condição é típica de Outono com grande amplitude térmica, ou seja noites e madrugadas frias e tardes de calor. As simulações dos modelos de previsão indicam queda de temperatura na semana que vem com o avanço de uma onda de frio menos intensa, mas com formação de geada para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
No período de 31 de maio a 6 de junho, a chuva será mais forte entre Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul e volta a chover em áreas produtoras de café arábica de Minas Gerais e Mogiana. O resultado é a diminuição do ritmo da colheita, analisa o agrometeorologista Celso Oliveira, da Climatempo.
Como monitorar o Clima na sua fazenda?
Otimizar o plantio, ficar de olho no Clima para avançar com os trabalhos no campo e observar o desenvolvimento da cultura para evitar perdas são algumas das decisões que você produtor rural precisa tomar durante a safra.
O AgroclimaPRO é um serviço de tecnologia da Climatempo que utiliza o conhecimento meteorológico. Com ele você pode acessar o histórico de dados de Clima para sua fazenda e pode detectar áreas com menor vigor vegetativo. Além disso, você fica sabendo como será a demanda hídrica da sua lavoura nos próximos 15 dias e ainda consegue identificar os melhores dias e horários para realizar as pulverizações.
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