Frio e geada exigem maior cuidado na produção de erva-mate

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A erva-mate é companheira do povo gaúcho em qualquer momento, seja para despertar durante as manhãs, aquecer nos dias frios, partilhar com amigos nos horários de lazer ou mesmo durante reuniões importantes. A erva, que tem origem indígena, atravessa a tradição e o cotidiano gaúchos, sendo também utilizada além fronteiras.

 

Para que o consumidor tenha à disposição uma erva-mate de qualidade, a planta passa por um complexo processo de produção, desde o manejo na plantação ao seu processamento industrial.

 

Produção 

 

A produção média em uma safra normal é de 320 mil toneladas de folhas verdes, quando somada toda produção do RS, cuja área abarca cinco polos ervateiros, sendo eles Celeiro-Missões, Alto Uruguai, Nordeste Gaúcho, Alto Taquari e Região dos Vales. Estas áreas são as mais importantes quanto à erva-mate.

 

No Rio Grande do Sul, são 14 mil produtores rurais que cultivam erva-mate em suas propriedades, contabilizando uma área total de 31 mil hectares em produção, mais seis mil hectares em processo inicial de implantação, que ainda não estão produzindo, no total, são 37 mil hectares.

 

Após a colheita, a erva-mate ainda passa por outro processo antes de chegar às cuias do povo gaúcho. O Rio Grande do Sul conta com um relevante parque industrial, com mais de 200 indústrias responsáveis pelo processamento das folhas.

 

Foto: Getty Images – plantação de erva mate 

 

Cuidados no manejo durante o inverno 

 

Com a entrada do inverno, o cultivo e o manejo da erva-mate exigem atenção especial para garantir a qualidade do desenvolvimento da planta, além de protegê-la de doenças causadas, por exemplo, pela alta umidade do ar. Realizar o manejo correto é não só uma questão econômica para se tirar melhor proveito das produções, mas também de saúde do consumidor.

 

Estamos no período em que acontece a quebra da dormência das sementes, isto é, começam a ativamente desenvolver a planta. As sementes dos frutos colhidos em janeiro e março foram limpas e estão prontas para serem extratificadas na areia. No entanto, o produtor deve ter cuidado no que diz respeito à manutenção da umidade adequada no recipiente em que está a semente, em especial nas semanas chuvosas.

 

Sem cuidar ou fazer o manejo correto dos viveiros, ampliam-se as dificuldades em controlar doenças e realizar os tratos sanitários. Nesse sentido, também se deve evitar que a água da chuva entre nos viveiros. O processo de rustificação das mudas, que diz respeito à sua exposição ao Sol, é fundamental. Muitos dias nublados seguidos implicam na queda significativa de folhas por falta de incidência de luz solar.

 

A muda precisa completar seu desenvolvimento antes de ser plantada no campo. Para tal processo, a umidade média do ar está satisfatória, embora a previsão do tempo indique altos níveis de precipitação, o que prejudica a operacionalização do plantio. Também são necessários atenção e cuidado com o solo, pois corre o risco de erosão devido à concentração de água em curto período de tempo.

 

“Outro cuidado com o solo é que, para fazer o plantio, deve-se priorizar locais onde já tenham plantas de cobertura, ainda que possam ser semeadas após o plantio das mudas”, alerta o extensionista rural da Emater/RS-Ascar na região de Passo Fundo, Ilvandro Barreto.

 

Barreto também recomenda iniciar a implantação das plantas de cobertura durante o outono, para que estejam prontas no inverno. Estas vão auxiliar no processo de proteção do solo, na regulagem do microclima, cuidando da umidade, temperatura e adição de matéria orgânica na terra, para melhorar suas condições químicas, físicas e biológicas.

 

Durante o inverno não há muita preocupação com pragas, que tendem a atacar entre a primavera e o verão. Da mesma forma, a adubação não é recomendada durante o inverno, mas no período de desenvolvimento vegetativo das plantas, que ocorre entre a primavera e o verão. Por outro lado, o produtor precisa monitorar de perto o desenvolvimento de doenças, principalmente por conta da umidade e das precipitações.

 

As práticas de poda de formação devem ser evitadas no inverno por causa da geada e do frio. Os outros tipos de poda, como a de colheita, podem ser utilizados. Além disso, ao serem colhidas, é preciso ter cuidado para deixar folhas na copada, de modo a garantir a atividade da planta.

 

Tendência do Clima 

 

A semana termina com muita chuva no Rio Grande do Sul e ainda chove de forma intensa no estado, com altos volumes acumulados até o sábado(16). Isso afeta os trabalhos em campo, especialmente no centro-sul e leste gaúcho.  No domingo a chuva perde força, mas o destaque é em relação ao frio. A geada pode atingir grande parte do Rio Grande do Sul na madrugada de segunda-feira.

 

O produtor rural deve ter um período mais seco a partir do meio da próxima semana, o  que deve ajudar a finalizar o plantio do trigo no estado gaúcho.

 

Nas demais áreas do Brasil, não há grandes mudanças. A chuva persiste na costa norte do país e na costa do Nordeste. As áreas centrais ficam mais secas.

 

Como monitorar o Clima na sua fazenda?
 

Otimizar o plantio, ficar de olho no Clima para avançar com os trabalhos no campo e observar o desenvolvimento da cultura para evitar perdas são algumas das decisões que você produtor rural precisa tomar durante a safra. 

 

AgroclimaPRO é um serviço de tecnologia da Climatempo que utiliza o conhecimento meteorológico. Com ele você pode acessar o histórico de dados de Clima para sua fazenda e pode detectar áreas com menor vigor vegetativo. Além disso, você fica sabendo como será a demanda hídrica da sua lavoura nos próximos 15 dias e ainda consegue identificar os melhores dias e horários para realizar as pulverizações. 

 

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