A Emater/RS-Ascar realizou a segunda avaliação da safra de inverno e estimou a área
efetivamente cultivada de trigo em 1.458.026 hectares. A produtividade revista é de 3.210 kg/ha, sendo aproximadamente 11% superior à projetada inicialmente, resultando em uma produção de 4.680.780 toneladas, cerca de 32% superior à produção de 2021.
O tempo no período foi favorável aos cultivos, com destaque para a elevada radiação solar e para o retorno das chuvas mais volumosas em parte da região produtora. As lavouras apresentam excelente potencial produtivo, justificando o aumento da expectativa de produtividade. A espigas são bem formadas, com elevado número de espiguetas e de grãos uniformes.
A cultura está se aproximando do final do ciclo, com 28% em maturação. A colheita evoluiu pouco, elevando a proporção para 4%, ainda à espera das cultivares semeadas no período recomendado encerrarem o processo de amadurecimento.
Em termos fitossanitários, houve relatos pontuais sobre o aparecimento de doenças relacionadas ao final de ciclo. Para a principal delas, a giberela, os produtores prosseguiram a aplicação de fungicidas, e parte deles já finalizaram, conforme as lavouras avançam para o final do estádio de maturação.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o retorno das chuvas foi em momento crucial para os triticultores da Campanha, cujas lavouras estabelecidas mais
tardiamente receberam recentemente aplicações de nitrogênio em cobertura e herbicidas. De maneira geral, as plantas apresentam porte baixo, porém com bom perfilhamento. Na Fronteira Oeste, a colheita avança.
Em São Borja, a colheita deve iniciar nos próximos dias, com excelente expectativa quanto à produtividade e à qualidade dos grãos. Na de Caxias do Sul, a fase predominante é de espigamento e de início da floração; apenas as lavouras localizadas em topografias mais baixas estão em fase de floração e enchimento de grãos. O aspecto geral das lavouras é muito bom, indicando um alto potencial produtivo, que deverá se confirmar, se as condições de clima forem favoráveis até a colheita.
Foto: Grazi Camargo – São Sepé- RS
Em Frederico Westphalen, o ótimo desenvolvimento da cultura do trigo deverá refletir em um aumento de 18%, acima da expectativa inicial. A colheita foi realizada em 1% dos cultivos, e 25% estão em maturação.
Na de Ijuí, as lavouras de trigo apresentam excelente qualidade, acercando-se do final do ciclo, com aproximadamente 75% da área cultivada nos estádios de enchimento de grãos e de maturação. Nas lavouras em início de maturação, aumentou a incidência de manchas foliares e de doenças radiculares, estas, onde não foi adotada a rotação de culturas.
Nas regionais de Pelotas e Santa Maria, aproximadamente 15% das lavouras estão
em maturação e em bom estado fitossanitário, após desenvolvimento dentro do normal.
Em Santa Rosa, a recorrência quase semanal de chuvas beneficiou as lavouras em
enchimento de grãos e maturação, proporcionando para esta última condições de
uniformidade e de produção de grãos. As lavouras colhidas apresentaram média de produtividade de 3.000 kg/ha, com PH de 78. Há expectativa de que a colheita avance consideravelmente nos próximos dias, pois muitas lavouras aproximam-se do final da maturação.
Em relação ao aspecto fitossanitário, o frio e a baixa umidade durante os dias favoreceram a cultura. Contudo, houve pequeno crescimento de casos de bacteriose nas folhas e de doenças fúngicas, como ferrugem, mancha marrom e mancha amarela.
Em Soledade, a maior parte das lavouras encontra-se em enchimento de grãos, na
proporção de 60% dos cultivos e de apenas 2% em maturação.
Tendência do clima
O avanço de uma frente fria pela costa juntamente com instabilidades em médios e altos níveis da atmosfera são responsáveis pela geração de chuva nos próximos dias. A chuva ainda deve ocorrer de maneira frequente e volumosa nos estados em algumas áreas dos estados de SC, PR, e sul e oeste de MS.
Em áreas do centro-sul de SP, centro-oeste de MS e de MT também podem ocorrer acumulados pontuais de forma significativa. Na semana que vem, há previsão de chuva sobre os estados do Sul, parte do Sudeste e Centro-Oeste do país, e nas áreas produtoras de Rondônia a chuva permanece ocorrendo com frequência no decorrer dos dias.
No entanto, a partir de meados da semana, a chuva se espalha para áreas do MS, MT e GO que ainda não receberam acumulados significativos. Essa chuva contribuirá para a recuperação da umidade do solo.
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