Verão 2023 e a influência no agro

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TENDÊNCIA DE ENFRAQUECIMENTO DO LA NIÑA

 

O verão 2023 começou astronomicamente às 18h48 da última quarta-feira (21/12) e se estenderá até às 18h24 do dia 20 de março de 2023. A estação, importantíssima para a safra de diversas culturas produzidas no Brasil, inicia com a permanência do fenômeno La Niña. No entanto, segundo as últimas atualizações das condições oceânicas, há uma tendência de enfraquecimento do fenômeno, com transição para neutralidade entre o final do verão e o início do outono. Ou seja, será o terceiro período úmido seguido que o fenômeno continuará em vigência.

 

PRECIPITAÇÃO E TEMPERATURA

 

Entre janeiro e fevereiro, há uma tendência de mudança no padrão da chuva observada ao longo da primavera. Esperam-se condições mais úmidas sobre grande parte do Centro-Sul do país, região que apresentou bastante irregularidade na distribuição da chuva, principalmente em novembro. Em áreas do centro, sul e na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, essa condição de irregularidade persiste, o que traz uma grande preocupação para os produtores destas localidades, uma vez que a região também vem sendo bastante afetada pela falta de chuva e pelas altas temperaturas, consequentemente gerando impactos na safra das culturas de verão. Já no norte do Rio Grande do Sul a tendência é que janeiro tenha condições melhores em relação à precipitação, beneficiando a fase de enchimento de grãos e maturação das lavouras de soja da região.

 

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Foto/Reprodução Getty Images

 

Na metade norte do país o padrão também muda. Em áreas do centro-norte de Minas Gerais, Espirito Santo, Bahia e também na região do Matopiba, os últimos meses foram marcados por episódios de chuva intensa e de forma frequente devido ao estabelecimento de corredores de umidade sobre áreas mais ao norte do país. Já nesta próxima estação, a tendência é de chuva abaixo da média na região, podendo se estender também para Goiás e para a faixa leste de Mato Grosso. Em algumas áreas do Centro-Oeste, como a chuva não apresentou uma boa regularidade durante a primavera, essa tendência de chuvas abaixo da média para o início do próximo ano pode prejudicar a fase de enchimento de grãos das lavouras mais tardias, e consequentemente impactar na produtividade. Por outro lado, em lavouras mais adiantadas, beneficia a fase de colheita dos grãos.

 

No Matopiba, apesar de no mês de janeiro serem esperados volumes abaixo da média, o solo encontra-se com bastante umidade devido aos episódios que ocorram de forma mais frequente em dezembro, então as lavouras não serão tão impactadas. No mês de março, novamente há uma tendência de mudança no padrão de distribuição da precipitação, sendo mais seco ao Sul do país e mais úmido na metade norte.

 

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Fonte: Climatempo

Quanto às temperaturas, o destaque fica principalmente para algumas áreas entre o Rio Grande do Sul, fronteira mais a oeste de Santa Catarina e Paraná e também no sul e oeste de Mato Grosso do Sul, que tem previsão de temperaturas acima da média. Em algumas áreas do Centro-Sul, considerando o calor que normalmente faz na região e a previsão de condições mais úmidas, a tendência é de um verão bastante abafado. Nas regiões mais ao norte do país, devido a condição de chuva mais frequente e a presença de nebulosidade, as temperaturas devem ficar um pouco abaixo do normal.  

 

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Foto: Climatempo

Texto produzido por Eliana Gatti, Meteorologista da Climatempo.

 

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