Soja apresenta danos em lavouras do Rio Grande do Sul

CompartilharsocialIconsocialIconsocialIcon

No sul e leste do Rio Grande do Sul, foram observados algumas pancadas de chuva irregulares, mas na maior parte do estado não houve precipitações ou a quantidade registrada foi insuficiente para reverter o quadro de estiagem.

 

Os dias de muito calor, secos e com alta intensidade da radiação solar, provocou elevada taxa de evapotranspiração o que impacta o desenvolvimento, florescimento e a fase de enchimento dos grãos da soja. Nas lavouras mais afetadas, as plantas apresentam folhas murchas, desfolha, aspecto amarelado e acentuada queda de flores. 

 

Foto: Grazi Camargo – São Sepé – RS 

 

Produtora relata condições da lavoura no Conexão Agroclima 

 

Em termos fitossanitários, o clima seco favoreceu a incidência de pragas, como tripes e ácaros e de doenças, como oídio, que estão sendo monitorados e controlados à medida que as condições climáticas permitem. Na Região Noroeste, é recorrente também a presença de besouros e de diabrótica nas lavouras, impactando, ainda mais, as condições precárias em função da estiagem.

 

Captura de tela 2023-02-03 110049

 

Na região da Campanha, de maneira geral, as lavouras de soja ainda resistem à falta de umidade nos solos e ao forte calor, embora a intensidade das perdas seja maior devido à entrada na fase reprodutiva e ao crescimento, que se encontra praticamente paralisado. Em Aceguá, os prejuízos são estimados em 25% devido à falta de chuvas expressivas ao longo de todo o mês de janeiro. As melhores lavouras na região estão situadas em Dom Pedrito, detentor da maior área com a oleaginosa no Estado, com 160 mil hectares, e onde foram registradas chuvas nas últimas quatro semanas, apesar de mal distribuídas entre as localidades.

 

De acordo com levantamento (02/02) da Emater/Ascar-RS, as lavouras com cultivares precoces em fase inicial de enchimento de grãos encontram-se em estado mais crítico, com aumento de abortamento de vagens e de folhas por causa do clima adverso. As diferenças de potencial produtivo têm relação direta com o relevo, sendo mais elevado nas várzeas, que são naturalmente mais úmidas e férteis, ao passo que, nas coxilhas arenosas e com solos rasos, torna-se cada vez mais difícil estimar a produtividade mínima necessária para cobrir os custos de produção. Também se observa comportamento diferente entre cultivares no que se refere à tolerância a altas temperaturas e à condição de solo seco.

 

Na Fronteira Oeste, em Manoel Viana, a estimativa de perdas alcança 40%. As lavouras bem estabelecidas  na primeira época de plantio, no momento, enfrentam significativo abortamento de flores e vagens. Em São Gabriel, onde são cultivados 136 mil hectares, as chuvas bem distribuídas, no dia 26/01, amenizaram temporariamente o estresse nas lavouras. As lavouras implantadas em dezembro e janeiro são caracterizadas pelo baixo estande, e continua sendo observada a mortalidade de plantas, que compromete, ainda mais, esse importante componente do rendimento. Alguns produtores ainda aguardam a ocorrência de chuvas para a realização de novos plantios e de replantes. Porém, já há um número considerável de produtores que encerrou a semeadura devido aos riscos de implantação das lavouras em época tão tardia, além das poucas perspectivas de melhoria do clima.

 

Em Quaraí e em Rosário do Sul, ocorreram chuvas entre 40 mm e 80 mm, e os produtores realizaram o plantio das áreas liberadas pós colheita do trigo e de integração com pecuária, entregues no final do ano. 

 

Tendência do Clima – Ciclone extratropical provoca chuvas no Sul do país

 

Mudanças no tempo estão sendo previstas com a formação de um ciclone extratropical. Veja os detalhes para os próximos dias no vídeo do meteorologista Willians Bini. 

 

 

 

Radar Meteorológico: Chuva
 

Para acompanhar toda essa mudança das condições de clima, a intensidade e deslocamento da chuva em alta resolução, a equipe Agro da Climatempo preparou o Radar Meteorológico.

 

É um dos únicos equipamentos utilizados que pode estimar espacialmente a taxa de precipitação baseada em sensoriamento remoto. Clique aqui e saiba mais!

 

Fique de olho de onde vem e para onde vai a chuva, monitore tudo desde a intensificação ou dissipação de um sistema meteorológico. 

 

Foto: Patricia Prasniewski – Nova Laranjeiras – PR