No dia 9 de fevereiro, ocorreu a 11° abertura da colheita da Oliva em Encruzilhada do Sul (RS), na propriedade da família Bock. Os pomares com oliveiras ultrapassam 6.000 hectares, destes 58% em produção e 42% ainda em desenvolvimento, com menos de três anos de implantação.
Qual o clima ideal para produção de olivas?
O Rio Grande do Sul apresenta grande potencial para a produção de excelentes azeites de oliva devido às condições de solo e de clima adequadas à cultura e à logística, que favorece o rápido processamento da produção.
A oliveira é uma planta que tem demonstrado importante capacidade de resiliência, como pôde ser observado em relação à estiagem de 2021/2022. De acordo com a Embrapa, dentro do zoneamento agroclimático da oliveira para o estado gaúcho, as melhores regiões para o plantio estão localizadas no oeste e na metade sul (longe das regiões serranas e do litoral), onde a umidade relativa do ar é menor, principalmente na fase de florescimento, favorecendo a produção de frutos. Devem-se evitar as regiões com ventos fortes.
Mesmo nas regiões favoráveis existem riscos climáticos, devendo-se evitar as zonas com microclimas desfavoráveis, principalmente as baixadas com elevada umidade relativa, com formação de nevoeiro pela manhã ou à noite, assim como os topos de morros com ventos fortes.
Na região da serra, litoral, parte da Depressão Central e na fronteira com a Argentina, não é recomendado o cultivo da oliveira, devido à elevada umidade relativa na época de florescimento.
Foto: arquivo istock
Como o clima influencia as oliveiras?
Todas as fases do cultivo de oliveira são diretamente influenciadas pelas condições climáticas. O plantio é recomendado em setembro, quando começam as chuvas. Em abril e maio é feita a poda. Nos meses de junho e julho, a planta diminui o desenvolvimento vegetativo em função do estresse causado pela poda, frio e seca, o que a faz florescer a partir de agosto.
Para frutificar, a planta precisa do retorno da chuva, que contribui para o crescimento, desenvolvimento e enchimento da azeitona. Também é necessária a elevação da temperatura, em torno de 22º C a 28º C, para fornecer condições térmicas as quais proporcionam o desenvolvimento do fruto e a maturação.
Para enfrentar os ventos, a planta precisa da instalação de estaca junto ao seu tronco, até próximo dos dois anos da planta ou até ela se firmar. Essa técnica, chamada tutoramento mantém a planta firme e ereta, apesar da ação dos ventos. Para manter a qualidade do azeite, é necessário fazer a extração em até 24 horas após a colheita da azeitona. Em média, o rendimento é de 12%, ou seja, são necessários 100 quilos do fruto para produzir de dez a 12 litros de azeite.
Principais variedades de oliva
As principais variedades cultivadas são Arbequina, Koroneiki, Picual, Arbosana e Frantoio, sendo que a Arbequina e a Koroneiki são encontradas em, respectivamente, 96% e 90% dos pomares de oliveiras. O principal destino da produção gaúcha de azeites de oliva são outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, assim como o mercado de exportação.
De acordo com dados do cadastro da Olivicultura de 2022, elaborado pela Secretaria
Estadual de Agricultura, com a colaboração da Emater/RS, Ibraoliva e do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), existem 322 produtores de oliva em 110 municípios da metade sul do Rio Grande do Sul.
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