O estresse por calor que afeta o desempenho de frangos de corte, diminui a ingestão alimentar, o ganho de peso e a imunidade das aves foi tema do estudo científico “Modelo Fuzzy de classificação da vulnerabilidade de aviários de frangos de corte ao calor”, apresentado no Prêmio José Maria Lamas da Silva, durante a Conferência FACTA WPSA-Brasil em 2021.
Marcos Martinez do Vale, Professor Pesquisador de Avicultura, Ambiência Animal e Zootecnia de Precisão na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um dos autores da pesquisa conta que, a demanda pelo estudo teve origem no projeto de financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que desenvolveu um sistema de previsão meteorológica para a mitigação de extremos climáticos com impacto na avicultura de corte.
Em conjunto com um grupo de pesquisas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os pesquisadores identificaram as primeiras estimativas de perdas produtivas devido às ondas de calor na avicultura de corte.
“Neste período desenvolvemos as técnicas de Modelagem Fuzzy e de mineração de dados. O aprofundamento desses estudos nos levou a um cenário complexo para tomadas de decisões e possibilidades que envolvem conhecimentos econômicos, fisiológicos das aves, de nutrição animal, de engenharia de instalações e de sistemas de produção, ou seja, um universo de difícil reflexão para pessoas no campo”, destaca.
Foto: Getty Images
Previsão meteorológica para reduzir perdas produtivas por causa do calor extremo
Utilizando previsões meteorológicas para avaliar diferentes sistemas de climatização em galpões de frangos de corte a campo, o estudo desenvolveu estratégias para reduzir as perdas produtivas devido ao calor extremo. Dessa forma, o grupo optou pela Modelagem Fuzzy para sistemas de suporte à tomada de decisão, no qual trabalharam com a experiência de especialistas e de conhecimentos científicos vigentes para desenvolverem o modelo.
O pesquisador acrescenta que, embora a percepção pareça complexa para um sistema de inteligência artificial como o proposto pelo Modelo Fuzzy, o estudo se apresenta como uma grande ferramenta para tomada de decisões dos profissionais da avicultura.
“Ele é um mecanismo de auxílio nas tomadas de decisões em tarefas complexas, no qual a resposta do modelo visa auxiliar os técnicos de campo da avicultura. Futuramente pretendemos desenvolver aplicativos que operem com esse sistema”, comenta o professor Martinez do Vale.
Sequência do estudo
O professor pesquisador diz que, por conta das constantes temperaturas elevadas na avicultura, a temática do estudo continua em debate no Laboratório de Inovações Tecnológicas em Zootecnia (LITEZ) da UFPR. Diante disso, o pesquisador revela que o estudo acabou não projetando uma noção mais nítida dos prejuízos decorrentes das perdas produtivas devido ao excesso de calor na atividade.
“Esse é um tema que estamos estudando neste momento como uma forma de tornar mais claro o impacto financeiro e quais ações de mitigação poderemos promover. Dentro da nossa equipe do LITEZ estamos trabalhando com sistema de inteligência artificial e em estimativas de perdas decorrentes de extremos climáticos, além de outros projetos de automação”, reforça.
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