Chuva no Vale do Taquari provoca prejuízos que ultrapassam 200 milhões no setor avícola

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A chuva volumosa observada no Vale do Taquari trouxe prejuízos e transformou o cenário das cidades. A tragédia que atingiu a região gerou danos consideráveis para seis indústrias locais. Os primeiros levantamentos da Associação gaúcha de avicultura ( Asgav) indicam um prejuízo estimado na ordem de R$220 milhões, que estão atrelados a estruturas de indústria, aviários, mortalidade de animais, genética, logística, danos elétricos, máquinas, equipamentos e mercado.

Fonte: Comunicação ASGAV/SIPARGS

Esse número pode aumentar a medida que as indústrias e produtores da região afetados pela chuva excessiva apuram os prejuízos de forma mais localizada e técnica.   

“Realmente, é um momento crítico para a região e para as indústrias e produtores impactados drasticamente com esta situação, o amparo governamental e de outras instituições será extremamente necessário e vital para a retomada!”, avalia José Eduardo – presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Fonte: Comunicação ASGAV/SIPARGS

O Vale do Taquari tem papel relevante na atividade avícola do estado com uma participação de aproximadamente 21% na produção de aves e seus derivados.

Motivo da chuva

A chuva ocorrida no Vale do Taquari semana passada foi resultado do ar quente e úmido na região associado a um sistema de baixa pressão e o deslocamento de uma frente fria. O volume de chuva foi bastante excessivo e fez os rios transbordarem. Nesta última terça-feira (12/09), áreas de nuvens carregadas se espalharam sobre o Sul do Brasil provocando mais chuva na Região. Na quarta-feira (13/09), uma frente fria se formou e houve também a formação de um ciclone extratropical no litoral gaúcho. Dados da estação do Cemaden na cidade de Lajeado mostram que nas últimas 48 horas (15h do dia 12/09 e 15h do dia 14/09), foram acumulados entre 90 e 95 milímetros de chuva.

Nesta quinta-feira, o ciclone já se movimenta para o alto mar e se fasta do Sul do Brasil. Veja aqui

Cadeia suína também registra prejuízos

Na cadeia suinícola, a estimativa de perdas é da ordem de R$ 80 milhões, conforme o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips). Embora a produção de suínos seja expressiva na região, a maior parte da produção está localizada no Norte e Noroeste.

Na cidade de Encantado, as operações de uma indústria estão totalmente paralisadas porque a água tomou conta do complexo industrial. Os suínos prontos que seriam abatidos estão sendo vendidos e levados para outras empresas, comentou o presidente da Associação de criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.

Ele revelou que pelo menos uma granja com criação comercial localizada em Roca Sales foi completamente destruída. Cerca de mil suínos prontos para serem entregues à indústria foram levados pelas águas, junto com toda a estrutura do local. Ele calcula que cada animal pronto tenha um valor agregado em torno de R$ 700,00. Em outro local, no município de Colinas, uma granja cujos leitões haviam sido transferidos para outro local na semana anterior também foi arrasada pela enxurrada.

Tendência do Clima

A partir desta quinta-feira (14/09), as instabilidades diminuem e uma massa de ar seco e frio deve se intensificar sobre o Sul do Brasil, garantindo tempo aberto e declínio das temperaturas. Nas madrugadas da sexta-feira (15/09) e do sábado (16/09) há risco para formação de geadas nas regiões Serranas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nas áreas de Planalto o fenômeno também poderá acontecer, mas de uma forma mais fraca.

O final de semana será marcado por tempo seco e temperaturas mais amenas sobre o Sul do Brasil. No início da próxima semana uma nova frente fria deve chegar ao extremo sul do Brasil e deve provocar chuvas mais frequentes e com volumes moderados, não tão expressivos com os últimos eventos, mas que devem persistir ao  longo de grande parte da semana especialmente sobre o Rio Grande do Sul.

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