Para a próxima safra de feijão, espera-se uma leve recuperação na área plantada, em virtude do cenário de preços mais moderados da soja. Apesar disso, este aumento da área plantada não será revertido em aumento produtivo, pois projeta-se queda mais robusta na produtividade média, sobretudo em razão da probabilidade de ocorrência de El Niño, tendo como consequência uma queda na produção total.
Apesar da tendência de redução da produtividade da cultura na 2ª e 3ª safra, o aumento de área, sobretudo em detrimento de soja, sustenta a produção nacional próxima de 3 milhões de toneladas, evitando quedas mais robustas. A produção segue bem ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor, de acordo com relatório de perspectivas da Companhia Nacional de Abastecimento..
Cenário para o plantio do feijão é positivo
De um modo geral o cenário está positivo em relação a intenção de plantio para o ciclo 2023/2024. A 1ª safra deverá contar com uma área plantada pouco superior à da safra anterior. Esse comportamento pode ser explicado, em parte, pela expectativa de melhor rentabilidade frente às culturas concorrentes: soja e milho, ao retorno mais rápido do investimento devido ao ciclo mais curto da cultura e aos preços atrativos no primeiro quadrimestre do ano, face ao baixo volume ofertado.
Estados produtores de feijão
Os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais assinalam para incrementos na área a ser plantada. Minas Gerais, segundo maior produtor, aponta para, na pior das hipóteses, manutenção da área plantada. A infestação da mosca branca, em determinadas regiões mineiras, acaba inibindo um maior crescimento na área plantada. Nos demais estados da Região Centro-Sul do país, não deverão ocorrer oscilações significativas no plantio em relação à superfície ocupada anteriormente.
Nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil, predominam agricultores familiares que cultivam normalmente a área histórica em sistema de consórcio, não se prendendo muito ao comportamento do mercado.
A previsão é que o fenômeno El Niño ainda mantenha sua influência até o Outono de 2024, segundo os meteorologistas da Climatempo. Caso se confirme a presença desse fenômeno, possivelmente ocorrerá uma redução das precipitações pluviométricas na Região Nordeste, e riscos de excesso de chuvas no Sul do país, durante os períodos de colheitas.
Tendência do Clima
A semana segue com uma forte massa de ar seco e quente sobre interior do Brasil e a previsão é de tempo aberto, com predomínio do sol e temperaturas cada vez mais elevadas sobre o Sudeste, Centro-Oeste, grande parte do Paraná, interior Nordestino e grande parte da região Norte. No interior do Centro-Oeste, áreas mais ao sul da região Norte, norte e oeste do Paraná, oeste de São Paulo e de Minas Gerais, são esperadas máximas próximas ou até superiores aos 40°C, até o próximo final de semana (23 e 24/09).
A chuvas devem acontecer de forma bastante isolada e com fraca intensidade na faixa leste do Nordeste, na forma de pancadas com moderada intensidade sobre o meio oeste da região Norte e novamente os maiores acumulados de precipitação nesta semana são esperados sobre o extremo Sul do Brasil, devido ao avanço de uma frente fria.
As chuvas devem avançar para o interior do Brasil somente nos últimos dias do mês de setembro e primeiros dias de outubro. Na virada do mês, uma frente fria deve avançar pela costa do Brasil organizando instabilidades sobre interior das regiões Sudeste e Centro-Oeste, mas ainda assim, em forma de pancadas irregulares.
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