Os efeitos do El Niño prejudicam a pesca artesanal gaúcha

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Grandes acumulados de chuva e ventos fortes, ao longo do mês de setembro e neste início de Outubro, afetaram várias regiões do Rio Grande do Sul, impactando a pesca artesanal. No primeiro levantamento realizado pela Emater/RSAscar, mais de trinta municípios indicaram situações de vulnerabilidade para as famílias de pescadores de diversos municípios atingidos nas regiões de Lajeado, Bagé, Pelotas, Porto Alegre, Soledade e Santa Maria.

Os pescadores enfrentaram dificuldades para armar e posicionar as redes, e muitos não puderam navegar durante os períodos de chuva. Houve ainda relatos de danos a moradias, locais de desembarque, embarcações e equipamentos. A atividade de pesca no mar também foi amplamente impactada pelos efeitos do último ciclone, como marés elevadas e agitação das águas, danificando numerosos cabos e petrechos utilizados pelos pescadores.  

Getty Images

A modalidade de pesca embarcada, especialmente por meio do uso de botes, foi considerada de alto risco devido às condições meteorológicas adversas, que resultou em redução significativa da captura de espécies, como abrótea, pescadinha, cascote e pescada, que são típicas desta época do ano, afetando, assim, o abastecimento do pescado no comércio. Nas águas internas, ocorreram cheias e transbordamentos dos mananciais para outras áreas.

Foi registrado aumento dos níveis dos rios Taquari, Sinos, Jacuí, Jaguarão e Uruguai e forte correntezas, que impossibilitaram a atividade pesqueira. A persistência das chuvas manteve a Lagoa dos Patos, Lagoa Mirim e Lago Guaíba acima da cota considerada padrão. Nas lagoas internas, houve poucas capturas de traíra, jundiá, caraá, biru, peixe-rei e linguado por decorrência da diminuição do estoque pesqueiro.

Além dos prejuízos à atividade pesqueira, muitas famílias foram resgatadas de suas residências em razão de alagamentos ou da força dos ventos e chuvas. A Emater/RS-Ascar está acompanhando a situação das famílias de pescadores artesanais em diferentes regiões e continua a realizar o levantamento dos prejuízos. Todos as informações referentes aos danos causados pelos eventos climáticos estão sendo comunicadas à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e à Superintendência Estadual da Pesca, visando promover o auxílio necessário para mitigar a situação de vulnerabilidade dessas famílias e de viabilizar a elaboração de políticas públicas que minimizem o abalo socioeconômico das comunidades pesqueiras gaúchas.

Tendência do Clima

Nesta semana o destaque é volta da chuva forte sobre o Sul do Brasil. A partir da quarta-feira (11/12) chove forte sobre os três estados da Região. Entre a metade norte do Rio Grande do Sul e o Paraná pode chover mais de 100 mm em algumas localidades. Na sexta-feira (13/10), as instabilidades diminuem e a frente fria associada a área de baixa pressão atmosférica deve avançar pela costa Sudeste provocando alguns episódios isolados de chuva entre o interior do Sudeste e do Centro-Oeste. As chuvas não devem ser homogêneas e volumosas, por isso não devem provocar grandes variações de umidade no solo nessas regiões.

Entre domingo (15/10) e o início da próxima semana novas instabilidades voltam atingir o Sul do Brasil. Entre os dias 16 e 20/10 o tempo fica instável, com chuvas moderadas entre a Região Sul e áreas mais ao sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Enquanto isso, a maior parte do Sudeste e do Centro-Oeste e principalmente a fronteira agrícola do Matopiba vão continuar sob predomínio do tempo seco ao longo dos próximos 10 dias.

Na região Norte são esperadas chuvas mais generalizadas sobre o meio oeste da região, mas sobre Rondônia os episódios serão muito pontuais e com baixos volumes de água. O padrão de distribuição da chuva deve mudar na última dezena de outubro, quando o avanço de uma frente fria deve ajudar a espalhar chuvas de forma mais generalizada entre o interior do Sudeste e do Centro-Oeste.

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